domingo, 27 de junho de 2010

O BAILE PAROU !

Por Dagberto Reis


Em uma tarde chuvosa de um domingo de junho, o baile parou, partiu o operário das palavras.Arlindo Coitinho assim denominado por Ivo Caggiani, era um homem comprometido com a verdade, com as palavras, com a vida.Como ninguem, soube contar as histórias desta fronteira em um grande baile que sempre seguia enriquecido pela sua forma de escrever dando vida a um edil Noventino ou a um Rubirosa e tantos outros personagens de suas obras.O comunista convicto Arlindo Coitinho sempre acreditou em um mundo melhor, uma sociedade mais justa e através de seus textos em livros e nos jornais onde escreveu deixava claras as suas idéias de uma maneira irreverente, engraçada, mas verdadeira.Ao ser informado da sua morte tirei aleatoriamente da estante um de seus livros, dos tantos de sua autoria que tive a oportunidade de ler e colecionar.Veio Segue o Baile, de 1992, autografado pelo amigo de tantas jornadas; " Ao companheiro Dagberto, este livro que conta histórias curiosas de nossa cidade".Na apresentação um texto brilhante do Paulo Roney e as ilustrações do Luis Antonio Braz. Do Roney uma frase define muito bem quem foi Arlindo Coitinho:" é um escritor, faz literatura, mostra o ser na sua dimensão universal,desenha, como nenhum outro a vida que existe nesta terra. O baile parou, mas Coitinho certamente vai juntar seus personagens e segui-lo em outro plano.

TARSO GOVERNADOR DO RIO GRANDE




















Josias Bervanger

josiasbervanger@sul21.com.br


Em tom de unidade entre os partidos que compõem a aliança para o governo do Estado, Tarso Genro foi homologado candidato da chapa composta por PT, PCdoB, PSB, PR, PPL e PTRB ao governo do Estado. O ex-prefeito de Cristal e São Lourenço do Sul, Beto Grill (PSB) será o vice do petista. Para o senado concorrem Abigail Pereira do PCdoB e o já senador Paulo Paim, do PT.

O encontro da aliança dos seis partidos, chamada Unidade Popular pelo Rio Grande, teve um tom mais voltado para o conteúdo político. Tarso falou das suas intenções para o Estado e apresentou brevemente algumas propostas de governo, sem deixar de mencionar os adversários que apostaram no isolamento de sua candidatura. “Estamos credenciados por um conjunto de prefeitos, deputados e militantes destes seis partidos que compõem uma aliança ampla e representativa. Estes partidos que compõem nosso projeto possuem experiências administrativas. Além disso, temos o apoio do presidente Lula e da pré-candidata Dilma Roussef. Quero ainda deixar claro que, se eleito, convidaremos o PDT para se somar a nossa gestão no estado”, disse Tarso.

Segundo o petista, é necessário governar com a participação da sociedade nos rumos da administração. “Vamos estabelecer uma diálogo público com todos os setores sociais. Foi assim que Lula mudou o Brasil e será assim que será resgatada a dignidade da política no Rio Grande do Sul. É necessário um grande modelo de participação popular, com instrumentos democráticos como o orçamento participativo e os conselhos regionais e municipais de desenvolvimento. Irei também dialogar com o empresariado e criar aqui o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, experiência que já tive a oportunidade de estar à frente, no governo federal”.

O petista também não abdicou de fazer críticas a atual gestão estadual. De acordo com ele, o isolamento do governo impediu o crescimento do estado. “A gestão que governa o Estado isolou o Rio Grande do Sul num pequeno espaço geográfico e não dialogou com o Brasil. É necessário recuperar a dignidade política dos gaúchos. Já tivemos orgulho de ter a melhor educação do Brasil. Quero a partir da experiência do Fundo Nacional da Educação Básica, fomentar a educação no estado, investir de fato na Universidade Estadual, que atualmente está na UTI, e desenvolver a formação técnica e tecnológica.

O vice de Tarso, Beto Grill, falou da confiança no petista, e numa clara provocação à governadora Yeda Crusius, disse que o petista poderá viajar tranqüilo, se eleito, sem se preocupar com seu vice. O socialista ainda ressaltou as qualidades de Tarso. “De todas as características do Tarso, destaco a sua capacidade de diálogo e a experiência. Tarso articulou junto com o presidente Lula o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, como ministro da Educação desenvolveu e democratizou para as camadas mais pobres o ensino no Brasil e criou um paradigma de paz nas periferias de diversas cidades brasileira, por meio do Pronasci, quando esteve à frente do Ministério da Justiça.

terça-feira, 22 de junho de 2010

AS PAGINAS AMARELAS DO SERRA

No evento realizado em São Paulo para lançar o livro “Liberdade de expressão x liberdade de imprensa”, de Venício A. de Lima e prefácio de Fábio Konder Comparato , Mino Carta provocou gargalhadas na platéia.

Rimos muito.

As pessoas se continham para não cair da cadeira de tanto rir.

Houve quem chorasse de tanto rir.

Mino leu duas perguntas que os jenios Eurípedes Alcântara e Fábio Portela fizeram ao José Serra nas páginas amarelas da Veja.

Primeira pergunta: “Por que para a democracia brasileira é positivo experimentar uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula ?”

Quá, quá, quá, quá, quá !

Segunda pergunta: “Como o senhor conseguiu governar a cidade e o Estado de São Paulo sem nunca ter tido uma única derrota importante nas casas legislativas e sem que se tenha ouvido falar que lançou mão de ‘mensalões’ ou outras formas de coerção sobre vereadores e deputados estaduais ?”

Qua, quá, quá, quá, quá !

Foi muito engraçado.

Por essas e outras é que este ordinário blogueiro recomenda aos jornaleiros que escondam a Veja.

É a suspeita de que de suas páginas saiam bactérias letais que instalem câncer na pele dos incautos compradores.

Em seguida, Luis Nassif informou à platéia – que ainda se debatia com cólicas de riso – que a circulação da Veja e da Folha deve ter uns 30% de assinantes fantasmas. E a do Estadão só se reduziu a um número mais próximo do real, porque precisou ser vendido e os compradores precisavam de números confiáveis.

Mais risos a valer !

Paulo Henrique Amorim , Conversa Afiada

quinta-feira, 17 de junho de 2010

ELETROSUL ASSINA ORDEM DE SERVIÇO PARA CONSTRUÇÃO DE USINAS EÓLICAS NO RS

A Eletrosul dá início, na próxima sexta-feira (dia 18), a construção das primeiras usinas eólicas da empresa. Na data será assinada a ordem de serviço para a implantação do Complexo Eólico Cerro Chato, que será erguido na cidade de Sant´Ana do Livramento, sudoeste do Rio Grande do Sul, divisa com a cidade uruguaia de Rivera. Na oportunidade, também será inaugurado o escritório da empresa na cidade.


No Complexo Eólico Cerro Chato serão investidos R$ 400 milhões e a obra é resultado de uma parceria formada pela Eletrosul (com 90%) e pela empresa Wobben (10%), subsidiária no Brasil da alemã Enercon, líder mundial na produção de tecnologia para aerogeradores. As duas empresas constituíram a Eólica Cerro Chato S/A, responsável pela implantação, manutenção e operação das usinas.


O empreendimento, que faz parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2), é formado por três parques eólicos de 30MW cada

e 45 aerogeradores, com torres de 108 metros de altura. A produção das torres acontecerá no próprio estado e serão construídas em concreto, com início da montagem previsto para janeiro de 2011.


Em dezembro de 2009, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizou o primeiro leilão de energia eólica, atraindo o interesse de empresas internacionais e despertando olhares mais atentos para esta fonte renovável de energia na matriz energética brasileira. O leilão alcançou um deságio médio de 21,49% em relação ao teto estabelecido que era de R$ 189,00. O lance ofertado pelo consórcio liderado pela Eletrosul foi de R$ 131,00 por megawatts/hora e representou um deságio de 31,7% - vencia quem oferecesse o menor preço.


A usina contará, ainda, com uma subestação coletora em 230kV e uma linha de transmissão que levará a energia produzida até a Subestação Livramento 2, da Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul, a partir da qual será distribuída para o Sistema Interligado Nacional. “O prazo para entrada em operação comercial das três usinas é julho de 2012”, explica o diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio. Os contratos serão válidos por 20 anos, com uma previsão anual de receita permitida de R$ 38,9 milhões.


O diretor lembra que desde 2005 a empresa realiza estudos e medições sistemáticas sobre a qualidade dos ventos na região de Sant´Ana do Livramento, que propiciaram o desenvolvimento de projetos eólicos. “A empresa tem investido na busca de fontes alternativas de energia e a construção do primeiro complexo eólico da Eletrosul é o resultado deste trabalho”. Custódio lembra que os estudos desenvolvidos na área eólica, principalmente nos estados do Sul, credenciam a empresa a participar de outros projetos nesta modalidade e que para isso a empresa já estuda novas parcerias.


Para Custódio, os ventos da região Nordeste são considerados os melhores, mas os da região Sul são mais constantes. “Outro fator positivo é que no Sul existem mais acessos de conexões à rede de energia elétrica, o que garante preços mais justos para a sociedade”.




Serviço


O quê: assinatura da ordem de serviço para construção do Parque Eólico Cerro Chato e inauguração do escritório da obra


Quando: dia 18 de junho, sexta-feira, às 15h30min


Onde: Rua Rivadávia Correia, 1271 – Centro – Sant´Ana do Livramento

terça-feira, 8 de junho de 2010

LULA É O POLITICO IBERO AMERICANO MAIS POPULAR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o político ibero-americano com maior aceitação popular, com 74% de aprovação, seguido pelo colombiano Álvaro Uribe e pelo salvadorenho Mauricio Funes, ambos com 71%, segundo o Iberobarómetro 2010.

O Consórcio Ibero-americano de Pesquisa de Mercados e Consultoria (CIMO, na sigla em inglês) apresentou nesta terça-feira os resultados de uma pesquisa anual sobre a popularidade dos presidentes na região. O analista político e professor Eduardo Gamarra afirmou que atrás dos três presidentes citados está o dos Estados Unidos, Barack Obama, com 67% de aprovação, o chileno Sebastian Piñera e o panamenho Ricardo Martinelli, com 63% cada.

A enquete sobre a aceitação popular de Obama foi feita entre os hispânicos que vivem nos Estados Unidos. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, é aprovado por 57% da população, o que, segundo Gamarra, é um fato surpreendente, já que "é um líder muito impopular na região".

Já o presidente boliviano, Evo Morales, conta com a aprovação de 56% da população, enquanto o mexicano Felipe Calderón tem 50% e o equatoriano Rafael Correa, 46%. A argentina Cristina Fernández de Kirchner e presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, registram um apoio popular de 29% e 26%, respectivamente, ocupando quase os últimos lugares na lista de 23 líderes.

Mais de 60% dos presidentes são vistos positivamente em seus países e mal fora deles, segundo Gamarra. "Presidentes como Hugo Chávez, Daniel Ortega, os irmãos Castro ou Evo Morales são percebidos de forma muito negativa na região", afirmou.

Outros como Obama (62,3%), o rei Juan Carlos da Espanha (56,6%), Lula (54,2%) ou a ex-presidente chilena Michelle Bachelet (56,4%) têm uma boa imagem.

O Iberobarómetro 2010 foi realizado em abril com cerca de 12 mil pessoas em 22 países, incluindo Espanha e Portugal.

sábado, 5 de junho de 2010

IBOPE CONFIRMA CRESCIMENTO DE DILMA;SERRA TEM A MAIOR REJEIÇÃO;86% APROVAM LULA











Pesquisa Ibope de intenção de voto para presidente da República divulgada neste sábado (5) aponta Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) empatados. Os dois têm 37% das preferências e Marina Silva (PV), 9%.

O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 141 cidades do país entre os últimos dias 31 de maio e 3 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Isso quer dizer que Dilma e Serra podem ter entre 35% e 39% das preferências e Marina, entre 7% e 11%.

Nove por cento dos entrevistados disseram que votarão em branco, nulo ou em nenhum candidato. Os indecisos somam 8%. Foi a primeira pesquisa feita pelo Ibope realizada depois da exibição de propagandas políticas do PT e do DEM.

No último levantamento do Ibope, em abril, José Serra tinha 40% das intenções de voto, Dilma Rousseff, 32%, e Marina Silva, 9%. Dilma foi a única candidata que apresentou crescimento.

Em fevereiro deste ano, a diferença entre os dois primeiros colocados na disputa era de 13 pontos percentuais (Serra tinha 41% e Dilma, 28%). Em março, caiu para cinco pontos (38% e 33%, respectivamente). E, em abril, voltou a subir e chegou a oito pontos (40% e 32%). Nesse mesmo período, Marina teve 10%, 8% e 9% das intenções de voto nos estudos feitos pelo Ibope.

A série histórica citada não considera na disputa o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), que oficializou, no fim de abril, a desistência de concorrer à Presidência.

A pesquisa é a primeira encomendada neste ano ao instituto pela TV Globo e pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Esse levantamento aferiu somente as intenções de voto nos três principais presidenciáveis. Nos cartões apresentados aos eleitores, não constavam os nomes de eventuais pré-candidatos cujas taxas são inferiores a 1% em outras pesquisas já divulgadas neste ano.

O prazo legal para que os partidos oficializem os candidatos em convenção começa no próximo dia 10 e termina no dia 30. Após essa data, serão conhecidos os nomes de todos os candidatos que disputarão a Presidência na eleição de outubro.

Segundo turno
O Ibope também considerou a possibilidade de segundo turno entre Serra e Dilma. O resultado é um novo empate, em 42%. Nessa situação, brancos e nulos somam 9%. Sete por cento não responderam.

Segundo os pesquisadores, a candidata do PT recebe mais votos dos eleitores de Marina Silva (40%, contra 32% que optariam pelo candidato tucano).

Entre os entrevistados que declararam que votariam branco ou nulo no primeiro turno, o percentual de quem escolheria Serra na segunda etapa é maior (17%, contra 6% para Dilma).

Rejeição
O Ibope também aferiu o grau de rejeição dos eleitores aos três principais pré-candidatos. Vinte e quatro por cento dos entrevistados disseram que não votarão em Serra; 19% em Dilma e 15% em Marina.

Os entrevistados responderam ainda questionários sobre o interesse na eleição que vai ocorrer em outubro. De acordo com o Ibope, 21% disseram que têm muito interesse, 32% têm interesse médio, 27% têm pouco interesse e 19% não têm interesse nenhum.

Avaliação do governo
De acordo com o levantamento, o governo do Presidente Lula é considerado ótimo ou bom por 75% dos entrevistados, regular por 20% e ruim ou péssimo por 5%. A nota média atribuída ao governo pelos eleitores ouvidos pelo Ibope é 7,8.

Entre os entrevistados, 86% aprovam a maneira como o presidente está governando o país e 11% desaprovam. Quatro por cento não responderam ou não souberam responder a questão.

Para 72%, a situação de vida melhorou nos últimos dois anos. Dezesseis por cento disseram que o cenário continuou igual. Para 11%, piorou.

Para 82% dos nordestinos, o governo é ótimo ou bom. A aprovação é de 80% entre os brasileiros que têm renda familiar de até um salário mínimo.

No outro extremo, 65% dos moradores do Sul afirmaram que o governo é ótimo ou bom. Na população com renda superior a cinco salários mínimos, a aprovação é de 68%.

Cerca de um quarto do eleitorado atribui nota 10 ao governo. Apenas 7% dão nota inferior a 5.

O desempenho pessoal de Lula tem índice de aprovação superior ao de seu governo: 86% estão satisfeitos com a forma como o presidente governa o País.

A avaliação positiva do presidente chega a 92% na região Nordeste. No Sul, esse índice é de 75% – uma diferença de 17 pontos porcentuais.A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob protocolo número 13642/2010.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A CARTA QUE OLIVIO ENVIOU A FORD

Depois de mais de 10 anos de ataques ao PT acusado de ter mandado a Ford embora do Rio Grande do Sul, agora a Justiça manda a empresa devolver R$ 138 milhões ao Estado, ou seja na verdade a montadora ficou com o dinheiro dos gauchos e seguiu para a Bahia, a pedido do ex-presidente FHC. O site Sul 21 -www.sul21.com.br- publica a carta que o ex-governador Olivio DUtra mandou a Ford na época e que a midia amestrada não divulgou. Eu pergunto e agora quem tinha razão? Mais uma mentira contra o PT que foi plantada , mas que mesmo tarde veio a tona. O prejuizo ao longo da história foi enorme. A midia guasca tem que pedir desculpas a Olivio DUtra.


Porto Alegre, 03 de maio de 1999.

llmo. Sr. Jacques Nasser

Presidente Mundial da Ford Motor Company.



Como é de seu conhecimento o Estado do Rio Grande do Sul é o mais meridional das unidades da federação brasileira. Nossos limites com a Argentina e o Uruguai nos colocam em uma posição privilegiada no Mercosul, pois temos proximidade com as fronteiras internacionais e, ao mesmo tempo, estamos próximos dos grandes centros brasileiros como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Nosso nível de desenvolvimento também nos favorece. Somos o estado brasileiro com o mais elevado índice de Desenvolvimento Humano, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Temos o melhor nível de qualidade de vida, a mais alta renda per capita e o mais elevado índice de alfabetização.

Estas condições favoráveis levaram a Ford do Brasil a escolher o Rio Grande do Sul para implantar o Projeto Amazon. O contrato entre a empresa e o governo do Estado foi assinado em março de 1998.

No entanto, os detalhes do que foi contratado entre a Ford do Brasil e o governo nunca foram revelados nem para a população, nem para o parlamento do Estado. Sabíamos apenas que envolviam um empréstimo e a realização de obras de infra-estrutura. Logo após as eleições, o presidente da Ford do Brasil, senhor Ivan Fonseca e Silva foi recebido por nós. Naquela ocasião, afirmamos que analisaríamos todos os contratos e manteríamos aquilo que fosse possível de ser executado.

Em 1º de janeiro, assumimos o governo. Em seguida, recebemos uma solicitação de audiência da direção da Ford do Brasil. Como ainda não havíamos concluído os estudos sobre os contratos e, também, não estava completa a análise sobre a situação financeira do governo, não havia condições, naquele momento, para conceder uma audiência que fosse efetivamente de trabalho.

Lembro que somente após a posse foi possível verificar que o governo anterior havia se comprometido a conceder para a Ford do Brasil um empréstimo de R$ 210 milhões, com cinco anos de carência e dez anos para pagamento, sendo que R$ 42 milhões já tinham sido entregues à empresa. Comprometeu-se, também, a realizar obras que custariam R$ 234 milhões. Estamos falando, portanto, de compromissos do Estado do Rio Grande do Sul na ordem de R$ 444 milhões. Havia, ainda, o compromisso de obter um empréstimo junto a um banco federal no valor de US 550 milhões, e isenção de impostos que, calculada sobre o período e faturamento projetados, chegariam a mais de R$ 3 bilhões.

Estas condições foram acordadas mesmo com o Estado apresentando a seguinte situação financeira: a arrecadação anual é de cerca de R$ 5 bilhões e o Estado gasta R$ 6,2 bilhões com seu custeio total. Portanto, para pagarmos os salários dos funcionários e cumprirmos minimamente as funções básicas de governo, como saúde, educação e segurança, mais os compromissos com a rolagem da dívida pública já temos, um déficit anual de R$ 1,2 bilhão.

Ao constatarmos tamanha dificuldade financeira e, cientes da importância da instalação da empresa em nosso Estado, notificamos extrajudicialmente a Ford do Brasil, em 30.03.1999, que por motivo de força maior não poderíamos cumprir o contrato nos termos firmados anteriormente e que, portanto, era preciso renegociar o acordo. Esperávamos que logo após a notificação, a Ford do Brasil se dispusesse a trabalhar na construção de uma alternativa de renegociação que fosse viável para o Estado e, ao mesmo tempo, preservasse os interesses da empresa. Estranhamente não foi isto que aconteceu.

Com muito esforço, conseguimos elaborar uma proposta de forma séria e responsável, que compatibilizasse as possibilidades financeiras do Estado e a manutenção do Projeto Amazon em nosso Estado. A proposta apresentada é a que segue:

liberação de um empréstimo de R$ 70 milhões;

manutenção do empréstimo já pago de R$ 42 milhões;

não contestação à isenção de Impostos;

realização de R$ 84 milhões em obras pelo governo do estado;

buscar, em conjunto com a empresa, que o governo federal realizasse obras em vias federais no valor de R$ 70 milhões;

buscar, em conjunto com a empresa, que o governo da cidade de Guaíba realizasse obras em estradas municipais no valor de R$ 36 milhões, através de empréstimo a ser concedido ao município;

permitir que empresas privadas realizassem obras e recebessem através de tarifas o investimento feito, em especial no Porto de Rio Grande.

Portanto, mesmo numa situação adversa, de um acúmulo de déficits operacionais e de um passivo a descoberto de mais de R$ 1 bilhão, conseguimos formular uma proposta que compatibiliza a situação financeira do Estado e a viabilização da montadora, o que revela efetivamente a vontade política do Governo de manter a montadora em solo gaúcho, ao contrário do que tem afirmado o presidente da Ford do Brasil. Com esta proposta, faltariam cerca de R$ 100 milhões para, atingir o contrato inicial e este valor poderia ser encaminhado para obtenção de empréstimo junto a um banco federal.

Ao buscarmos a renegociação do acordo firmado anteriormente, não estamos rompendo o contrato, mas sim estamos apresentando uma proposta dentro do limite possível, considerando nossa situação financeira. Em nenhum momento a Ford do Brasil aceitou discutir nossa proposta, optando por anunciar a desistência de instalar a fábrica no nosso Estado. Estranhamos, portanto, a postura de intransigência da direção da Ford do Brasil levando em conta a magnitude do projeto.

Temos a convicção de que esta é a melhor proposta que o Rio Grande do Sul poderia oferecer à Ford do Brasil. Qualquer estado brasileiro, tanto pela séria crise financeira que todos enfrentam como pelas dificuldades de serem aprovados novos benefícios fiscais pela nova configuração do Conselho Fazendário Nacional (Confaz) requisito constitucional para a legalidade de qualquer incentivo, enfrentaria dificuldade para implementar proposta similar. Neste sentido, destacamos que o Estado do Rio Grande do Sul não é o único a buscar renegociação contratual. O Paraná está renegociando sua participação na Renault; o estado de Minas Gerais renegocia o contrato com a Mercedez Benz; e nosso Governo já concluiu a renegociação com a General Motors.

Feito este relato, mantemos a disposição de conversar com seriedade e responsabilidade com a Ford, assim como temos o interesse em negociar com todos os grupos que venham a manifestar interesse em realizar empreendimentos em solo gaúcho e contribuir para o desenvolvimento do nosso Estado.

Atenciosamente,

Olívio Dutra

Governador

terça-feira, 1 de junho de 2010

PT CONDENA ATAQUE DE ISRAEL

A bancada do PT divulgou hoje nota oficial, assinada pelo líder Fernando Ferro (PE), que condena o ataque de Israel contra um comboio de barcos civis que tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Os deputados petistas expressam indignação contra a "violência absurda e desnecessária" praticada contra a chamada Flotilha da Liberdade. Segundo a nota, foi "um ato irracional contra uma iniciativa humanitária e política absolutamente pacífica, que revela desprezo à comunidade internacional e aos princípios mais elementares do Direito Internacional Público.
Após destacar que o ataque ocorreu em águas internacionais, a bancada do PT sustenta que "não basta lamentar as dez mortes e os feridos". Para os deputados do partido, é necessária uma "investigação internacional consistente, que averigue o incidente e leve à efetiva punição dos culpados pelo crime".
O PT condena também o bloqueio à Faixa de Gaza - "que pune indiscriminadamente crianças, mulheres e civis inocentes" - e reitera seu apoio irrestrito à criação do Estado Palestino.
Em seguida, os deputados do PT expressam condolências aos familiares dos mortos e feridos e manifesta e solidariedade à nação turca, "profundamente atingida pelo crime perpetrado".
Por fim, a bancada petista expressa "irrestrito apoio às iniciativas do Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenando o ataque israelense, bem como às gestões determinadas pelo chanceler Celso Amorim no sentido de promover a localização imediata da brasileira Iara Lee, que se encontrava em uma das embarcações que compunham a flotilha humanitária".