quinta-feira, 29 de abril de 2010

LULA É O LIDER MAIS INFLUENTE DO MUNDO. SAIU NA TIME

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça o ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.

No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero (praticamente substituído pelo Bolsa Família) é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente brasileiro de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.

A revista lembra quando Lula, aos 25 anos, perdeu sua primeira esposa Maria grávida de oito meses pelo fato dos dois não terem acesso a um plano de saúde decente. Ironizando, Moore dá um recado aos bilionários do mundo: “deixem os povos terem bons cuidados de saúde e eles causarão muito menos problemas para vocês”.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

MANIFESTAÇÃO EM DEFESA DO AQUIFERO GUARANI

















Aproximadamente 2,5 mil pessoas participaram, na sexta-feira 16, de uma caminhada em Sant'Ana do Livramento em defesa do Aquífero Guarani. A organização do protesto foi do 23º Núcleo do CPERS/Sindicato e da Associação de Moradores Subida da Serra/Santa Rita.

Durante a manifestação, as entidades entregaram um documento ao prefeito Wainer Viana Machado (PSB). As entidades querem que o chefe do Executivo municipal revise seu pensamento em relação à questão ambiental no município. O documento ressalta que não cabe ao poder público degradar o meio ambiente.
Jantar comemorativo – Na próxima sexta-feira, dia 23, educadores da região de Livramento, organizados pelo 23º Núcleo do CPERS/Sindicato, promovem um jantar alusivo aos 65 anos de lutas e conquistas do sindicato. A confraternização será no Galeto Itália, a partir das 20h30.

Veja, abaixo, o ofício entregue ao prefeito de Sant'Ana do Livramento:



Sant’Ana do Livramento, 16 de abril de 2010.
Exmo. Sr.: Prefeito Municipal
Prof.: Wainer Viana Machado
Nesta Cidade
A 1ª Marcha em Defesa do Aquífero Guarani, organizada pela Associação de Moradores da Subida da Serra/Santa Rita e 23º Núcleo do CPERS/Sindicato, reintera a importância do Aqüífero Guarani para a qualidade de vida de brasileiros, uruguaios, paraguaios e argentinos e do qual os santanenses se orgulham e estão ligados desde o surgimento de Santa’Ana do Livramento.
O Poder Público tem a obrigação de zelar pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado, nunca contribuir para a sua degradação. Esta Marcha vem manifestar absoluta contrariedade com a decisão de Vosso Governo em construir uma Área de Transbordo do Lixo, na localidade Subida da Serra, como solução para o problema dos resíduos sólidos urbanos de nossa cidade.
A possibilidade de instalação de uma Área de Transbordo do Lixo em uma região onde existem nascentes de água e áreas de contribuição do Aqüífero Guarani, já do conhecimento das autoridades dos países abrangidos por este aquífero, se constitui em mais uma fonte de poluição que irá por em risco a qualidade da água, que foi denominada pela sua Administração como “a melhor água do mundo”.
A urgência em resolver a difícil situação vivida pelos moradores do Rincão da Bolsa também é preocupação nossa. Deve a Administração, encontrar uma solução responsável que não venha comprometer a qualidade de vida dos santanenses. A solução apontada por Vossa Excelência atingirá primeiramente os moradores da Subida da Serra e depois toda população.
Assim, solicitamos o encaminhamento de outra solução para o grave problema dos resíduos sólidos urbanos de nossa cidade, que não seja a construção de uma Área de Transbordo na região da Subida da Serra. A solução deve ser duradoura, que não coloque em risco a qualidade de vida das presentes e futuras gerações de santanenses. Para este novo encaminhamento esperamos que todos os seguimentos sociais sejam ouvidos e participem da construção do equacionamento mais definitivo desse problema.
Em anexo, entregamos mais de duas mil assinaturas contrarias a solução proposta por Vossa Excelência.

Dilmar Gonçalves
Pres. Assoc. dos Moradores Subida da Serra / Santa Rita.
José Louis Rodrigues Sampaio
Diretor Geral do 23º Núcleo do CPERS / Sindicato

terça-feira, 20 de abril de 2010

O PT ERRA AO SUBESTIMAR A FORÇA DA VELHA IMPRENSA

Rodrigo Vianna, no blog O Escrevinhador





A mídia conservadora deita e rola. E o PT segue calado, quase amortecido. À sombra de Lula.

Trata-se de um erro.

Lula uma vez disse: "que ninguém, nunca mais, ouse duvidar da capacidade de luta da classe trabalhadora".

Mas é preciso lembrar: "que ninguém, jamais, ouse subestimar a capacidade de manipulação da elite brasileira e de sua imprensa oligárquica".

Por que lembro disso?

Semana passada, participei de um debate no Sindicato dos Bancários de São Paulo, sobre internet e eleições.

Minha avaliação, que expus aos sindicalistas, é a seguinte:

1) devemos comemorar o papel dos blogs e redes sociais, como contraponto à velha imprensa;

2) mas não podemos superestimar o papel da chamada blogosfera.

Ainda falamos para um público limitado. Incomodamos, é verdade. Tanto que a Globo teve que suspender o comercial serrista dos 45 anos da emissora - http://www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/a-globo-e-o-clip-pro-serra-foi-sem-querer-querendo.

Mas não dá pra comparar nosso poder de fogo com a artilharia pesada de Globo, Veja e - em menor escala - de Folha, Estadão, Zero Hora, Correio Braziliense, RBS...

Fazemos guerrilha. Eles tem o exército convencional.

O poder da velha imprensa diminuiu bastante, é verdade. Mas é preciso lembrar que em 2006, por exemplo, a eleição só foi ao segundo turno graças ao bombardeio contra Lula nas duas últimas semanas de campanha. Marcos Coimbra analisou isso de forma precisa - http://mariafro.com.br/wordpress/?p=188.

Quem fez a diferença em 2006? A Globo, sobretudo.

A Globo tem chance de ganhar a eleição para Serra em 2010? Sozinha, não.

2010 não é 1989, quando a Globo "fez" de Collor o presidente.

Mas a Globo e seus alidos do café Millenium podem - sim - garantir 5% ou 6% dos votos, percentual suficiente para decidir um pleito que deve ser tão disputado.

Há um outro detalhe a ressaltar. A Globo precisa agir de forma um pouco mais dissimulada do que seus aliados Milenares. Veja, Folha e Estadão falam para guetos conservadores. A Globo fala para todo Brasil.

Tudo que a TV carioca não quer é ter Lula por aí a dizer: "a Globo é inimiga do povo". Tudo que a Globo não quer é ganhar o rótulo de antipopular.

Pois é o que Lula deveria fazer...

Sei que no começo do ano o presidente recebeu os Marinho para um conversa. Em tese, uma tentativa de aplainar terreno em ano eleitoral. Os Marinho fingem que ficaram "bonzinhos". Mas Ali Kamel segue na coleira, pronto para ser lançado contra a candidata de Lula.

Depois do recuo da Globo no episódio do clip serrista, imaginem que a a emissora dos Marinho pode se fingir de "neutra" nos próximos 4 ou 5 meses. Afinal vem aí Copa do Mundo, depois o horário político ganha peso...

Mas, na reta final, o povão volta a acompanhar o noticiário, pra decidir. Se a Globo farejar que pode dar o empurrão final para garantir a vitória a Serra, Ali Kamel vai sair da coleira para agir.

Em 2006, foi exatamente assim.

Subestimar o papel do "Jornal Nacional" numa reta final de eleição é desconhecer o que ainda é o Brasil. O Brasil não é a blogosfera!

O PT, estranhamente, segue calado. À sombra de Lula.

Foi preciso um rapaz (Marcelo Branco) - que nem tem mandato político - vir a público botar a Globo contra a parede no episódio do clip serista.

No caso DataSerra, foi preciso um deputado do PDT subir à tribuna para cobrar providências - http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/caso-dataserra-chega-a-camara-e-brizola-nao-o-pt.

O partido do presidente e de Dilma não se manifesta.

Salto alto? Talvez...

sábado, 17 de abril de 2010

DATAFOLHA,UMA RODADA DE INUTILIDADES SIGNIFICATIVAS

Por Gilson Caroni, na Carta Maior



Após nova rodada de pesquisa do Datafolha, tudo terminou como fora previsto. O instituto confirmou o desejo dos donos do jornal, os vaticínios de seus articulistas militantes e a vocação partidária da grande imprensa corporativa. Como era de se prever, o levantamento, sob geral e justificada descrença, revela um mero exercício de acrobacia. Uma inutilidade tão grande que é legítimo se perguntar a quem interessa a pantomima?

Ao justificar o motivo de pesquisas em intervalos tão curtos, o jornalista Fernando Rodrigues explica que “O Datafolha realizou esta pesquisa agora porque também havia feito um levantamento em 24 e 25 de fevereiro, cinco dias após o lançamento oficial da candidatura da petista Dilma Rousseff. Agora, a coleta dos dados se dá também cinco dias após a festa do PSDB para José Serra se lançar na disputa.”

Nem o Barão de Itararé teria produzido melhor script. Nem o circo pegou fogo, nem os trapezistas caíram da corda bamba. Até os diversos palhaços já não conseguem provocar o riso. A platéia, outrora tão influenciável, faz parte do espetáculo e as feras, embora soltas, nada mais fazem senão aprofundar a crise de credibilidade de certos institutos e meios de comunicação. A arte da política comporta cálculos arriscados. Dependendo da estatura ética do atirador, qualquer disparo, só alveja o próprio pé.

Se a sondagem indica que há 54% de eleitores sem voto definido, qual a relevância da dobra superior da edição de sábado da Folha de S. Paulo que, em manchete, alardeia: “Serra mantém dianteira sobre Dilma”? O que significa, a crer na honestidade metodológica do Datafolha, uma vantagem de 10 pontos de um pré-candidato sobre o outro? Nada, rigorosamente nada. Salvo o que até o mundo mineral sabe: há uma tendência à polarização entre Dilma e José Serra, o filho dileto do bloco liberal-conservador. Para elegê-los os recursos são variados. Vão de manchetes desmentidas no corpo da matéria à censura da imagem do presidente Lula nos telejornais da TV Globo.

Faltando seis meses para as eleições, e com tanta coisa indefinida (composição das chapas, alianças, montagem das candidaturas estaduais), as intenções de voto são muito fluidas para grande parte do eleitorado. Fazer pesquisas em intervalos reduzidos de tempo só interessa comercialmente aos institutos e, como espetáculo, às corporações midiáticas que, conforme seus objetivos político-partidários, dão maior ou menor destaque aos resultados das sondagens que lhe interessam.

Assim, se a pesquisa Sensus foi desqualificada e, posteriormente judicializada, Datafolha e Ibope devem ser “interpretados com maior rigor científico.” Para isso são chamados os mesmos “cientistas políticos”, a maioria, por sinal, colaboradora ativa do Instituto Millenium, versão moderna do velho Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), um dos principais catalisadores do golpe contra João Goulart, em 1964.

O que pode ser mensurado é o fetichismo atávico de segmentos que, desde sempre, controlaram o aparelho do Estado e não se conformam em terem sido apeados de lá pelo voto popular. Entronizado no altar de devoção de suas lideranças orgânicas, a prestidigitação golpista é uma possibilidade renovada. Para isso, no caso do diário paulista, há sempre um funcionário de plantão na segunda página. Ora inventam epidemias e caos aéreos, ora legitimam sondagens que interessam à família Frias.

Eles já aprenderam que, terminada a temporada, a troupe mambembe, avalia o prejuízo, amarra a lona e parte para a estrada, mais uma vez tentando distorcer a realidade, mais uma vez na contramão da democracia. As determinações de classe não falham.

SERRA QUER VOLTAR A USAR O MARTELO DAS PRIVATIZAÇÕES















por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador

Recebo, do leitor Giovani, uma foto que José Serra não gostará de ver exibida durante a campanha eleitoral: o então ministro do Planejamento (!) de FHC aparece durante o leilão de uma companhia elétrica, a ESCELSA.

A legenda, no canto à direita, informa: “a privatização do setor tinha, então, início oficial”. Isso foi em 1995.

A “privatização do setor” – os brasileiros não esquecem – conduziria o Brasil ao Apagão, no glorioso segundo mandato de FHC.



A foto – que está num livro sobre os 40 anos da Eletrosul – fazia parte do acervo da extinta Bolsa do Rio.

Com a imagem, o leitor Giovani enviou-me singela legenda:

“Ele ficou bonito na foto né? Isso é característico nas pessoas que trabalham naquilo que gostam”

Maldade do Giovani…

Serra nem pode ser apresentado como o campeão das privatizações entre os tucanos. Havia gente com muito mais disposição para vender tudo – inclusive Banco do Brasil e Petrobrax (como eles diziam) , se tivessem tido a oportunidade.

Mas Serra fez parte daquele governo. Era ministro de FHC, segurou o martelo com gosto, e apareceu na foto.

A foto pegava bem naquela época, em que se dizia que o Estado era “o atraso”…. Época em que FHC prometia “enterrar a Era Vargas”.

Mas a foto pode assustar eleitores hoje, quando o Estado se mostrou fundamental para que Brasil enfrentasse a crise de 2008.

Parte da base de apoio dos tucanos, especialmente na classe média, segue a acreditar que “o Estado é atraso”. Serra terá que agradar essa gente, ao mesmo tempo em que precisa mostrar que não voltarão os tempos das privatizações a preço de banana, do desrespeito com o patrimônio público brasileiro.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

INCRA CRITICA RACISMO DE RURALISTAS EM BAGÉ

A Superintendência Regional do Incra no RS divulgou nota oficial criticando a situação de conflito criada em Bagé por proprietários rurais que impediram, ontem, que funcionários do instituto ingressassem na área da comunidade quilombola das Palmas, em processo de regularização. A nota relata o ocorrido e lamenta a ação dos ruralistas:

A Superintendência Regional do Incra RS vem a público lamentar a situação de conflito criada em Bagé por proprietários rurais. Hoje (13) pela manhã, técnicos do Incra estiveram a campo iniciando o levantamento fundiário necessário ao Relatório Técnico de Identificação e Delimitação do território da comunidade quilombola das Palmas. Um grupo de ruralistas cercou a equipe e não permitiu a realização do trabalho, dentro da área do próprio quilombo, em atitude totalmente ilegal e incompreensível.

Os servidores registraram queixa, e o Incra/RS está tomando providências para a realização do levantamento em segurança.

Cabe ressaltar que a atitude desmedida deste grupo depõe contra os avanços que o estado têm registrado nas políticas de reconhecimento dos direitos das comunidades remanescentes de quilombo. São do RS as duas primeiras comunidades quilombolas urbanas tituladas no país, no resgate de uma dívida histórica que o Estado brasileiro tem com o povo negro. Um avanço na cidadania, nos direitos humanos.

Em Bagé, a comunidade das Palmas habita a região há 200 anos. Em 2005, abriu processo no Incra para a regularização do seu território. Já possui laudo sócio-histórico-antropológico feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e o Incra/RS precisa iniciar os demais estudos necessários para definir o território a ser titulado em nome da comunidade.

Todo o processo é realizado de maneira pública, com muita tranqüilidade, seguindo a legislação competente, com acompanhamento do Ministério Público Federal. Uma vez publicado o RTID, há garantia de prazo de contestação por quem quer que se sinta prejudicado. Proprietários de áreas que devam ser desapropriadas são indenizados, a preço de mercado, conforme os termos legais.

Por tudo isto, é lamentável a atitude de um grupo como este em Bagé, que não buscou o diálogo, e sim o confronto. Só podemos entender que esta seja, terrivelmente para os gaúchos, a manifestação explícita de um racismo que tanto castiga o povo negro em nosso país, e que nos envergonha. Os quilombolas vizinhos, na visão destes proprietários, não têm o direito de registrar a sua própria terra.

Lamentamos esta atitude. Mas seguiremos o curso da história e da lei, e o município de Bagé poderá se orgulhar de ter resgatado a cidadania de seus quilombolas, quando a comunidade das Palmas estiver de posse de seu título, depois de séculos de espera.(Do Blog RS Urgente -Marco Weisheimer)

terça-feira, 13 de abril de 2010

SENSUS APONTA EMPATE ENTRE DILMA E SERRA. O PIG ESCONDE E CONTESTA










A pesquisa Sensus, divulgada nesta terça-feira e que mostra empate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff e José Serra, não surpreendeu o PT. O PSDB, no entanto, colocou dúvidas sobre a veracidade do resultado, repecutindo uma estratégia que também foi usada pela mídia: a de colocar em dúvida os resultados que são desfavoráveis ao candidato tucano.
Segundo a sondagem, Serra tem 32,7% das intenções de voto, enquanto Dilma aparece com 32,4%; Ciro Gomes (PSB) com 10,1% e Marina Silva (PV), 8,1%. Votos brancos ou nulos somam 7,7%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa, encomendada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de São Paulo, foi realizada entre os dias 5 e 9 de abril, em 136 municípios de 24 Estados, e ouviu 2 mil pessoas. O levantamento foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral sob o número 7594/2010, em 05 de abril.
Segundo a pesquisa, quando a lista de candidatos exclui Ciro Gomes (PSB), José Serra (PSDB) tem 36,8% da preferência, Dilma Rousseff (PT), 34%, e Marina Silva (PV), 10,6%. Nesse cenário, os votos brancos e nulos somam 9,1% e 9,5% dos eleitores consultados ficou sem responder.
Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, os tucanos ficam na frente, com 41,7% dos votos válidos, enquanto a candidata petista atrai 39,7% dos eleitores consultados, dentro da margem de erro, o que configura empate técnico. Os votos brancos e nulos chegam a 10,1% e 8,5% das pessoas ouvidas não responderam.

Dilma cresceu quase cinco pontos e Serra caiu
Na pesquisa Sensus realizada no final de janeiro, ainda que não possa ser comparada com a atual pois são pesquisas com contratantes diferentes, José Serra aparecia com 33,2% e Dilma com 27,8%; Ciro Gomes (PSB), vinha em terceiro com 11,9% e Marina Silva (PV) ficava em 6,8%.
No segundo cenário, em que Ciro está fora da disputa, Serra tinha com 40,7% e Dilma 28,5%. Marina chegava a 9,5%.
Nos dois casos, nota-se um evidente crescimento da candidata petista. Na disputa em que Ciro participa, Dilma saltou de 27,8% em janeiro para 32,4% agora (crescimento de 4,6 pontos percentuais) e Serra caiu de 33,2% para 32,7% (queda de 0,5 pontos). No segundo cenário, sem Ciro, Dilma sobe aind mais, passando de 28,5% para 34% e Serra cai de 40,7% para 36,8%.

Dilma tem menor rejeição, lidera espontânea e Lula transfere mais votos
O Sensus também realizou a pesquisa espontânea, na qual não são apresentados os nomes dos candidatos ao entrevistado. Dilma, então, aparece em primeiro lugar, com 16%. O presidente Lula, que não será candidato nas próximas eleições, tem 15,3%. Serra aparece em terceiro com 13,6%. Marina tem 2,5% e Ciro, 1,6%.
O levantamento analisou ainda a rejeição dos candidatos e a capacidade de transferência de votos de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Marina Silva é a que tem maior taxa de rejeição: 30,7% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum dela. A taxa de rejeição de Serra é de 28,1%, a de Ciro, de 27,9% e a de Dilma, de 26,3%.
Já Lula é o que tem maior capacidade de transferir votos: 24,7% dos eleitores afirmaram que o candidato do Lula é o único no qual votaria, enquanto 36,9% dizem que poderiam votar nele. Já para Fernando Henrique, esses percentuais são, respectivamente, de 5,1% e 23,3%. Outros 19,3% disseram que não votariam no candidato de Lula, enquanto 49,9% não votariam no candidato de FHC.
Com medo de ser desmascarada, Folha ataca rivais
Como era de se esperar, o jornal Folha de S. Paulo, que pertence ao mesmo grupo do Datafolha, tentou desqualificar a pesquisa Sensus, tal como fez com a pesquisa anterior do Vox Populi. As duas pesquisas (Vox Populi e Sensus) desmentem cabalmente os "nove pontos de vantagem" com os quais o Datafolha presenteou José Serra em seu último levantamento.
Para que o Datafolha não fique carimbado na praça como um instituto que manipula os resultados de suas pesquisas, a Folha tratou de pautar matérias que colocassem em dúvida o resultado de levantamentos que não condiziam que o resultado do Datafolha.
Sobre o Vox Populi, a Folha questionou a ordem das perguntas, insinuando que a ordem afetou o resultado (leia mais aqui) e sobre a Sensus, a Folha colocou em dúvida a contratação da pesquisa, que havia sido registrada inicialmente em nome do Sindecrep (Sindicato de Trabalhadores em Concessionárias de Rodovias) de São Paulo e depois retificada para Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo).
Com esses questionamentos, a mídia oferece argumentos para que a oposição, pelo menos para a opinião pública, "desconsidere" as pesquisas que não lhe são favoráveis. O presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra, afirmou que seu partido não leva em consideração as duas mais recentes pesquisas que apontam empate técnico entre os presidenciáveis José Serra, tucano, e Dilma Rousseff, petista.
"Não é nada de pessoal, mas pesquisas do Sensus e do Vox Populi, nos últimos tempos, têm estado muito diferentes dos nossos acompanhamentos, das nossas pesquisas e das de outras instituições. Não estamos trabalhando com elas", afirmou Guerra ao Terra Magazine, refletindo nitidamente a estratégia desenhada pela Folha.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) foi na mesma linha e colocou em dúvida o resultado a pesquisa Sensus por ela ter sido contratada por um sindicato de trabalhadores. Na visão elitista do líder tucano, fosse um sindicato patronal que tivesse contratado a pesquisa, aí sim ela mereceria crédito. “Não gosto de desconstruir pesquisa. Mas uma diferença de 9%, da pesquisa do Datafolha, para 0%, do Instituto Sensus, é muito estranha”, disse o senador tucano. “Essa não é a fotografia do momento”, completou. ( Da Redação do Vermelho com agências)

UM TUCANO, UM LOBO, UM CORDEIRO OU UM BLEFE ?

A candidatura Serra representa o estuário do que há de pior no conservadorismo brasileiro. Um verdadeiro cavalo-de-tróia pintado com palavras de um difuso 'progressismo' para edulcorar o verdadeiro projeto por trás das rédeas: derrotar o avanço popular obtido a duras penas com o governo Lula nos últimos anos, mas sobretudo agora no segundo mandato; trazer a direita de volta ao comando do Estado brasileiro (de onde nunca saiu, mas perdeu a hegemonia absoluta da era FHC). E, estrategicamente, impedir que a continuidade desse processo possa aprofundar a democracia social no país. O artigo é de Saul Leblon.

Saul Leblon


A mídia conservadora bateu bumbo nos últimos dias na tentativa de tornar o lançamento oficial da candidatura de José Serra pela coalizão demotucana um fato político novo no cenário nacional. Notável, sobretudo, o esforço de pintá-lo com as cores de um 'progressismo palatável'; adepto da 'indução estatal sem Estado forte', seja lá o que isso significa. Um verdadeiro bambolê ideológico. Tudo para conciliar a imagem de um candidato oferecido pelo marketing como 'popular' --ancorado na história passada de presidente da UNE-- mas cercado ao mesmo tempo de um núcleo de campanha derivado da cepa mais reacionária da política nativa, do qual constam nomes como os de José Agripino, Paulo Bornhausen, Arthur Virgílio, José Carlos Aleluia entre outros.

O malabarismo é típico de quem quer engrossar o glacê da narrativa para ocultar o azedo do recheio. A verdade é que não importa o que Serra diz que pensa em seu discurso de candidato oficial; não importa o que seus amigos pensam que ele pensa; objetivamente, a candidatura Serra lançada em Brasília neste sábado representa o estuário do que há de pior no conservadorismo brasileiro. Um verdadeiro cavalo-de-tróia pintado com palavras de um difuso 'progressismo' para edulcorar o verdadeiro projeto por trás das rédeas: derrotar o avanço popular obtido a duras penas com o governo Lula nos últimos anos, mas sobretudo agora no segundo mandato; trazer a direita de volta ao comando do Estado brasileiro [de onde nunca saiu, mas perdeu a hegemonia absoluta da era FHC]. E, estrategicamente, impedir que a continuidade desse processo, representada por Dilma Rousseff, possa aprofundar a democracia social no país. Serra reúne os ingredientes para essa investida ainda que não seja o candidato ideal da direita por seu ''desenvolvimentista de boca', como diz Maria da Conceição Tavares.

O alardeado 'progressismo desenvolvimentista', na verdade, resume-se à prática de um fiscalismo autoritário que se harmoniza com a sua outra face, esta sim, muito apreciada pela coalizão que o apoio: o arraigado anti-sindicalismo; a aversão doentia à negociação com os movimentos populares que cobram a democratização efetiva do poder, que passa necessariamente pela maior participação nas decisões sobre onde, como e quando investir os fundos públicos. Por exemplo, quanto investir na remuneração de funcionários públicos que prestam serviços essenciais à população?

O menosprezo serrista a essa lógica ficou mais uma vez evidenciado na recente greve de um mês dos professores da rede pública do Estado de São Paulo. Há cinco anos sem correção salarial, com quase a metade dos contratos de trabalhos em regime precário eles não foram sequer recebidos em audiência para uma negociação trabalhista trivial.

'Lobos em pele de cordeiro', disse-o bem a candidata do PT esta semana sobre a dança dissimulada de discursos e projetos adotada como enredo de campanha pela coalizão demotucana. Um historiador não alinhado ao PT, Luiz Felipe de Alencastro, em entrevista ao jornal Valor Econômico da última sexta-feira, cuidou de dar a essa metáfora sua explicitação sintética ao perguntar e explicar por que, em sua opinião, Serra tem tudo para ser um blefe.

A seguir leia trechos da entrevista do professor da cadeira de História do Brasil na Sorbonne ao Valor de 09-03:

"....Até a oposição compartilha desse otimismo [com o Brasil]. Dentro e fora do país há um consenso favorável sobre a economia brasileira, sobretudo com a entrada da China no mercado mundial, com uma forte demanda por matérias-primas. O lado negativo é que o comércio externo fica parecido com o que era no século XIX. Há um risco nessa divisão internacional do trabalho que vai se criando, em que o Brasil vira exportador de matérias-primas novamente.

"...O que me assusta é a ideia de ter Michel Temer como vice-presidente. Ele é deputado há décadas e foi presidente da Câmara duas vezes. Controla a máquina do PMDB e o Congresso à perfeição. Vai compor chapa com uma candidata que nunca teve mandato e é novata no PT. O presidencialismo pressupõe um vice discreto,

"...o problema dele [do Serra] é esse: com a expectativa em torno de seu nome, ele vai fazer o quê no governo? A própria Fiesp, que mais ela quer, senão seguir com a política de Lula? E os banqueiros, que se entopem de dinheiro? Sem contar os 26 milhões de pessoas que subiram na escala social. Não dá para saber o que Serra vai fazer. Não pode entrar com o discurso de acabar com a corrupção, porque isso não dá muito refresco e depende mais da Justiça, dos tribunais de contas.

"...Os dois mandatos de Lula criaram algo novo. O cientista político André Singer mostra [em artigo para a revista "Novos Estudos"] que Lula foi eleito no primeiro mandato pelos operários sindicalizados e pela classe média. No segundo, perdeu uma parte da classe média e ganhou entre trabalhadores não organizados e subempregados, graças aos programas sociais. Isso resultou num novo populismo. Segundo Singer, esse eleitorado é conservador, não quer mudanças, quer que o governo tome conta dele. Acho essa interpretação um pouco estática, porque pressupõe que a ascensão social desse subproletariado não incomoda ninguém, e que a ameaça de perder o que ganhou não o levará a uma politização ativa.

"... É o que alimenta a agressividade anti-Lula de certos jornais e revistas, que retratam a perplexidade de uma camada social insegura: os pobres estão satisfeitos e os ricaços também, mas a velha classe média não acha graça nenhuma. Ter doméstica com direito trabalhista, pobres e remediados comprando carro e atrapalhando o trânsito, não ter faculdade pública garantida para os filhos matriculados em escola particular. Tudo isso é resultado da mobilidade social, que provoca incompreensão e ressentimento numa parte da classe média. Daí o furor contra o ProUni, as cotas na universidade, o Bolsa Família. Leio a imprensa brasileira pela internet e às vezes fico pasmo com os comentários dos leitores, a agressividade e o preconceito social explícitos. O discurso de gente como o senador Demóstenes Torres no DEM [contra o sistema de cotas raciais nas universidades públicas] indica uma guinada à direita da direita parecida com a dos republicanos nos Estados Unidos. Lá, esse extremismo empolgou o partido inteiro e pode desestabilizar o país. A falta de perspectiva da oposição cria um vácuo para o radicalismo.

"...O problema é que, a princípio, Serra não é o candidato que a direita gostaria de ter. Ele é um democrata com trânsito numa parte da esquerda. Também é meio estatizante, adepto de uma política tarifária protecionista e por aí vai. Não é a mesma direita de Demóstenes Torres, Ronaldo Caiado ou mesmo Geraldo Alckmin...

"...Serra está confrontado a um impasse. Não pode elogiar Fernando Henrique e não pode atacar Lula. Que candidato ele pode ser? Qual é seu terreno? Ele pode ser um blefe nesse sentido. Na campanha, vai ter de prometer continuidade para os programas do PT. Quando Sérgio Guerra disse que o PSDB faria tudo diferente, foi um desastre. Disse que ia mexer no câmbio e nos juros. Falou disparates e levou um cala-boca do partido.

[Valor: Isso pode fazer com que a campanha se torne virulenta?] "... Na blogosfera, já começou. É terrível, a começar pelo episódio da ficha policial falsa de Dilma. É um sinal do que está por vir. Vai ser um vale-tudo monumental. Embora o impacto disso seja limitado no grande eleitorado, é forte entre os chamados "formadores de opinião". Sobretudo, cria um clima de tensão e de irresponsabilidade na campanha presidencial."

"...Como partido no poder, o PT se aguenta, porque tem financiamento também do patronato, empreiteiras, grupos que antes não o financiavam. O PT tem ainda uma máquina partidária bem operacional, tempo de televisão e, claro, a disciplina partidária. Mal ou bem, eleições para a direção do PT têm atraído dezenas de milhares de militantes. Que outro partido brasileiro tem essa participação? Todo mundo se lembra da "convenção do Massimo", que reuniu Serra, Aécio, Fernando Henrique e Tasso Jereissati, em fevereiro de 2006, num dos restaurantes mais caros do Brasil, em São Paulo, para discutir a candidatura do PSDB às eleições presidenciais daquele ano.

"...Há um quarteto de embaixadores aposentados que estão sempre na televisão, batendo em Celso Amorim e Lula. Repetem que a política externa é um desastre. Desastre? Os jornais americanos e europeus discordam. Nunca vi o Brasil com tanto prestígio. É até desproporcionado, dado o peso ínfimo do país no comércio internacional. Ao contrário da Índia e da China, potências atômicas com peso comercial enorme. Em maio, Lula vai ao Irã e está sendo criticado no Brasil. Já a "Economist" diz que é bom, porque abre novos canais de comunicação entre Estados Unidos e Irã. Nos últimos dias, a diplomacia brasileira usou com habilidade as regras da OMC e as manobras políticas para rebater o protecionismo americano na questão do comércio do algodão. Tenho certeza de que esse assunto, que começou em 2002 e ainda não terminou, ficará como um marco na história diplomática..."

domingo, 11 de abril de 2010

CRIANÇAS SEM PÁTRIA


















POR JANGO MEDEIROS



Uma criança de rua precisa ser assumida e educada. Mas os abrigos uruguaios não costumam procurar os evadidos. Somente os policiais têm esse poder. Quando se deparam com eles em Rivera, as crianças fogem para o lado brasileiro do Parque Internacional.

Quatro crianças uruguaias na faixa etária dos 8 aos treze anos de idade, abandonadas por seus familiares, transformaram os canteiros do Parque Internacional em seus lares. Como o mais famoso cartão postal da Fronteira é tido como uma casa de duas pátrias, este tipo de situação se reflete na ausência de uma legislação específica para questões de fronteira e a falta de atenção que autoridades dispensam à infância de rua na região.


O edil riverense Osvaldo Arismendi, do Partido Nacional, reconhece os esforços nos dois lados da fronteira para estabelecer normativas que atendam algumas peculiaridades que envolvem santanenses e riverenses. Ele enfatiza que infelizmente o pior é possuir um conjunto de normas e não ter como fiscalizar. No que se refere às crianças, ele observa que a primeira instituição a ser tratada é a família, mas quando isso não ocorre, então, o Estado deve buscar saídas e assim evitar que as crianças em idade escolar tomem as ruas como seus lares.

Para a psicóloga do serviço departamental de Assistência Social de Rivera, Tatiana Morales dois programas educacionais estão sendo desenvolvidos na periferia de Rivera para evitar que crianças e adolescentes caiam no abandono. "Estamos presentes no interior dessas comunidades para incentivar um envolvimento mais efetivo das famílias", comentou.


Já a coordenadora do Instituto do Adolescente y del Niño del Uruguai ( INAU), Estela Goldaracena diz que grande parte das crianças não estão nas ruas porque querem, elas são vítimas da violência doméstica e falta de estrutura das famílias. O INAU aponta que há pelos menos 60 crianças em situação de risco em Rivera, mas nem todas estão nas ruas. O órgão que possui efetivo de 70 funcionários mantém três casas para abrigar menores, porém, como o regime adotado é aberto, grande parte deles sai para estudar e acaba fugindo, tomando logo o caminho das drogas e da deliquência. No país vizinho, somente a polícia tem o poder de recolher esses menores. Os funcionários do INAU não tem autorização para efetuar este tipo de procedimento.

O Parque Intrernacional transformou-se num pequeno mundo das crianças sem pátria. Dificilmente as autoridades brasileiras ou uruguaias conseguem convencer a dezenas de outros menores a retornar aos seus lares ou aos centros de atenção à infância. Grande parte deles é formado por usuários de pasta base (crack). A droga é vendida por traficantes que agem sobre a linha divisória. Dormindo sobre cartões recolhidos no lixo eles se amontoam tentando se proteger do frio.


No início desta semana, quando o comércio abria suas portas, um menino batia queixo e tentava com a própria roupa encobrir o rosto para evitar o vento gelado. Um dos meninos contou que estava com o irmão e que não retornaria para casa tão cedo porque lá não tinha o que comer. No entorno do Parque eles conseguiam a oportunidade de se alimentar com algumas sobras de lanches dos treilers jogados nas cestas de lixo, onde os cachorros do parque não conseguem alcançar.

A conselheira tutelar santanense Luciana Ramirez cobra mais ação das autoridades riverenses com relação à infância de rua na fronteira. "Não vou dizer que no lado brasileiro não enfrentamos este tipo de problema, mas os menores de rua, inclusive, adolescentes infratores que cometem pequenos delitos no Parque Internacional, são quase todos de Rivera", afirmou. Ela destacou que em duas ocasiões os representantes do INAU, em Rivera, foram convidados a debater de forma conjunta a situação, porém, em nenhum dos encontros eles apresentaram alguma proposta concreta ensejando a adoção de políticas e ações conjuntas.


"Não temos toda estrutura física que eles têm em Rivera, mas a situação em Livramento (que não tem um abrigo público para menores) está sob controle", comentou. Ela esclareceu que quando os menores uruguaios são apreendidos no lado brasileiro, ao praticarem algum tipo de delito, não há simplesmente como entregá-los às autoridades de Rivera, pois essa prática pode ser caracterizada como crime de sequestro. Em algumas situações, as conselheiras precisam entrar em Rivera e procurar os familiares para entregar os menores aos responsáveis legais. Luciana acrescenta que Infelizmente, as políticas públicas ficam só no papel, assim como a integração de fronteira, que na prática, está cada vez mais distante dos seus objetivos.(Foto Daniele Delgourcov)

sábado, 10 de abril de 2010

A REPRISE DE 2006.AGORA COMO FARSA

Por Luiz Carlos Azenha

Em 2005 e 2006 eu era repórter especial da TV Globo. Tinha salário de executivo de multinacional. Trabalhei na cobertura da crise política envolvendo o governo Lula.

Fui a Goiânia, onde investiguei com uma equipe da emissora o caixa dois do PT no pleito local. Obtivemos as provas necessárias e as reportagens foram ao ar no Jornal Nacional. O assunto morreu mais tarde, quando atingiu o Congresso e descobriu-se que as mesmas fontes financiadoras do PT goiano também tinham irrigado os cofres de outros partidos. Ou seja, a “crise” tornou-se inconveniente.

Mais tarde, já em 2006, houve um pequena revolta de profissionais da Globo paulista contra a cobertura política que atacava o PT mas poupava o PSDB. Mais tarde, alguns dos colegas sairam da emissora, outros ficaram. Na época, como resultado de um encontro interno ficou decidido que deixaríamos de fazer uma cobertura seletiva das capas das revistas semanais.

Funciona assim: a Globo escolhe algumas capas para repercutir, mas esconde outras. Curiosamente e coincidentemente, as capas repercutidas trazem ataques ao governo e ao PT. As capas “esquecidas” podem causar embaraço ao PSDB ou ao DEM. Aquela capa da Caros Amigos sobre o filho que Fernando Henrique Cardoso exilou na Europa, por exemplo, jamais atenderia aos critérios de Ali Kamel, que exerce sobre os profissionais da emissora a mesma vigilância que o cardeal Ratzinger dedicava aos “insubordinados”.

Aquela capa da Caros Amigos, como vimos estava factualmente correta. O filho de FHC só foi “assumido” quando ele estava longe do poder. Já a capa da Veja sobre os dólares de Fidel Castro para a campanha de Lula mereceu cobertura no Jornal Nacional de sábado, ainda que a denúncia nunca tenha sido comprovada.

Como eu dizia, aos sábados, o Jornal Nacional repercute acriticamente as capas da Veja que trazem denúncias contra o governo Lula e aliados. É o que se chama no meio de “dar pernas” a um assunto, garantir que ele continue repercutindo nos dias seguintes.

Pois bem, no episódio que já narrei aqui no blog, eu fui encarregado de fazer uma reportagem sobre as ambulâncias superfaturadas compradas pelo governo quando José Serra era ministro da Saúde no governo FHC. Havia, em todo o texto, um número embaraçoso para Serra, que concorria ao governo paulista: a maioria das ambulâncias superfaturadas foi comprada quando ele era ministro.

Ainda assim, os chefes da Globo paulista garantiram que a reportagem iria ao ar. Sábado, nada. Segunda, nada. Aparentemente, alguém no Rio decidiu engavetar o assunto. E é essa a base do que tenho denunciado continuamente neste blog: alguns escândalos valem mais que outros, algumas denúncias valem mais que outras, os recursos humanos e técnicos da emissora — vastos, aliás — acabam mobilizados em defesa de certos interesses e para atacar outros.

Nesta campanha eleitoral já tem sido assim: a seletividade nas capas repercutidas foi retomada recentemente, quando a revista Veja fez denúncias contra o tesoureiro do PT. Um colega, ex-Globo, me encontrou e disse: “A fórmula é a mesma. Parece reprise”.

Ou seja, podemos esperar mais do mesmo:

– Sob o argumento de que a emissora está concedendo “tempo igual aos candidatos”, se esconde uma armadilha, no conteúdo do que é dito ou no assunto que é escolhido. Frequentemente, em 2006, era assim: repercutindo um assunto determinado pela chefia, a Globo ouvia três candidatos atacando o governo (Geraldo Alckmin, Heloisa Helena e Cristovam Buarque) e Lula ou um assessor defendendo. Ou seja, era um minuto e meio de ataques e 50 segundos de contraditório.

– O Bom Dia Brasil é reservado a tentar definir a agenda do dia, com ampla liberdade aos comentaristas para trazer à tona assuntos que em tese favorecem um candidato em detrimento de outro.

– O Jornal da Globo se volta para alimentar a tropa, recorrendo a um grupo de “especialistas” cuja origem torna os comentários previsíveis.

– Mensagens políticas invadem os programas de entretenimento, como quando Alexandre Garcia foi para o sofá de Ana Maria Braga ou convidados aos quais a emissora paga favores acabam “entrevistados” no programa do Jô.

A diferença é que, graças a ex-profissionais da Globo como Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e outros, hoje milhares de telespectadores e internautas se tornaram fiscais dos métodos que Ali Kamel implantou no jornalismo da emissora. Ele acha que consegue enganar alguém ao distorcer, deturpar e omitir.

É mais do mesmo, com um gostinho de repeteco no ar. A história se repete, agora com gostinho de farsa.

Querem tirar a prova? Busquem no site do Jornal Nacional daquele período quantas capas da Veja ou da Época foram repercutidas no sábado. Copiem as capas das revistas que foram repercutidas. Confiram o conteúdo das capas e das denúncias. Depois, me digam o que vocês encontraram.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A ANTIGA IMPRENSA, ENFIM ASSUME PARTIDO

Artigo publicado no blog de Jorge Furtado/Casa de Cinema de Porto Alegre

Finalmente a antiga imprensa brasileira assumiu que virou um partido político. O anúncio foi feito pela presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva da Folha de S.Paulo, Maria Judith Brito: "Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposiciobista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada". A presidente da associação/partido não questiona a moralidade de seus filiados assumirem a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo.
Quem estava prestando atenção já percebeu faz tempo: a antiga imprensa brasileira virou um partido político, incorporando as sessões paulistas do PSDB (Serra) e do PMDB (Quércia), e o DEM (ex-PFL, ex-Arena).

A boa novidade é que finalmente eles admitiram ser o que são, através das palavras sinceras de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva do jornal Folha de S. Paulo, em declaração ao jornal O Globo:

“Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada.”

A presidente da Associação Nacional dos Jornais constata, como ela mesma assinala, o óbvio: seus associados “estão fazendo de fato a posição oposicionista (sic) deste país”. Por que agem assim? Porque “a oposição está profundamente fragilizada”.

A presidente da associação/partido não esclarece porque a oposição “deste país” estaria “profundamente fragilizada”, apesar de ter, como ela mesma reconhece, o irrestrito apoio dos seus associados (os jornais).

A presidente da associação/partido não questiona a moralidade de seus filiados assumirem a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo. Também não questiona o fato de serem a oposição ao governo “deste país” mas não aos governos do seu estado (São Paulo).

Propriedades privadas, gozando de muitas isenções de impostos para que possam melhor prestar um serviço público fundamental, o de informar a sociedade com a liberdade e o equilíbrio que o bom jornalismo exige, os jornais proclamam-se um partido, isto é, uma “organização social que se fundamenta numa concepção política ou em interesses políticos e sociais comuns e que se propõe alcançar o poder”.

O partido da imprensa se propõe a alcançar o poder com o seu candidato, José Serra. Trata-se, na verdade, de uma retomada: Serra, FHC e seu partido, a imprensa, estiveram no poder por oito anos. Deixaram o governo com desemprego, juros, dívida pública, inflação e carga tributária em alta, crescimento econômico pífio e índices muito baixos de aprovação popular. No governo do partido da imprensa, a criminosa desigualdade social brasileira permaneceu inalterada e os índices de criminalidade (homicídios) tiveram forte crescimento,

O partido da imprensa assumiu a “posição oposicionista” a um governo que hoje conta com enorme aprovação popular. A comparação de desempenho entre os governos do Partido dos Trabalhadores (Lula, Dilma) e do partido da imprensa (FHC, Serra), é extraordinariamente favorável ao primeiro: não há um único índice social ou econômico em que o governo Lula (Dilma) não seja muito superior ao governo FHC (Serra), a lista desta comparação chega a ser enfadonha
Serra é, portanto, o candidato do partido da imprensa, que reúne os interesses da direita brasileira e faz oposição ao governo Lula. Dilma é a candidata da situação, da esquerda, representando vários partidos, defendendo a continuidade do governo Lula.

Agora que tudo ficou bem claro, você pode continuar (ou não) lendo seu jornal, sabendo que ele trabalha explicitamente a favor de uma candidatura e de um partido que, como todo partido, almeja o poder.

terça-feira, 6 de abril de 2010

AUDIÊNCIA IPTU,LIXO E TV

Hoje (06/04), terça-feira,17h, na Câmara de Vereadores, audiência pública da Comissão de Finanças, Orçamento e Bem Estar Social, para tratar das taxas de lixo, televisão e carnê do IPTU. A informação é do Vereador Glauber Lima(PT) - presidente da Comissão.Importante a participação da comunidade, principalmente daqueles que estão isentos e pagam sem saber o que estão pagando.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

SERVIDORES QUEREM SAIDA DE IRANI

Os servidores públicos já não aguentam mais o secretário da Fazenda, Irani Cobas. Querem a sua saida do governo municipal.Consideram o secretário responsável por não receberem aumento salarial.Até uma caminhada com o "Fora Irani" esta sendo preparada. Parece que a esta caminhada também estarão se juntando os isentos do IPTU que receberam em suas casas uma conta que não discrimina o que estão pagando.Há quem diga que é a taxa do lixo.Informado desta caminhada, o secretário teria dito que estavam prestando a ele um grande favor. Pelo jeito o Irani quer mesmo voltar para Porto ALegre, quem sabe para ficar mais próximo do seu Internacional e poder assistir aos jogos tranquilamente.Engana-se no entanto quem considera o Irani responsável pela falta de reajuste.GOvernos tem politicas, sejam elas boas ou más. A valorização do servidor público é uma politica de governo e esta diretriz depende do centro de governo, depende do prefeito.Será que a saida do Irani resolve?

domingo, 4 de abril de 2010

VOX POPULI APONTA EMPATE TECNICO ENTRE SERRA E DILMA.FHC ACUSOU O GOLPE

A ultima pesquisa do Vox Populi,divulgada pela TV Bandeirantes aponta que José Serra dispõe de 34% das intenções de voto. Lidera, mas Dilma Rousseff, com 31%, vem na sua cola.
Nessa nova pesquisa, a diferença entre os dois é de escassos três pontos percentuais. Quase nada se considerada a margem de erro: 2,2 pontos.Deu a louca no tucanato. A Folha de São Paulo, aliada de Serra, questiona através dos jornalistas Renata Lo Prete e Josias de Souza a pesquisa do Vox Populi e Fernando Henrique Cardoso que os tucanos querem esconder na campanha, mas que insiste em se manifestar escreve verdadeiros impropérios em sua coluna na ZH deste domingo.Disse que Dilma leva país a capitalismo à moda da China ,diz que PT ‘se descola da tradição democrática do Brasil’e
prevê oposição 'esmagada' e aliados feitos de ‘vassalos’.FHC atribui a Serra e Aécio papel de condutores das oposições e compara sucessão à luta pelas diretas e o fim da ditadura. Bateu o desespero, o principe dos sociologos, Farol de ALexandria, esta senil ou já vislumbra a derrota

sexta-feira, 2 de abril de 2010

PARA O PREFEITO UMA PÁSCOA DE REFLEXÕES E ORAÇÕES.

O feriadão de Páscoa será de reflexões e orações para o governo municipal do prefeito Wainer Machado. As reflexões iniciaram com reuniões na ultima quinta-feira e podem determinar a saida de dois secretários municipais, segundo algumas fontes do Palácio Moysés Viana.Tem quem garanta que Marcirio Silva depois do enterro da madeira dos caixões no Batuva não passa de segunda-feira. Duvido que isto aconteça. Sabe porque? Porque o Marcirio ainda tem a liderança no PDT e poderia levar o partido a sair do governo, o que representaria um desfalque na base aliada.Ou alguem tem duvidas de que o vereador Sérgio Moreira esta "louco" para virar oposição, e faz tempo. Wainer pagaria para ver até onde vai a liderança do Marcirio junto ao PDT? Acho que não. Outra saida, esta aliás comentada há muito tempo nos bastidores, seria a saida de Eduardo Nei, do DEM, da Secretaria de Turismo que ficou praticamente sem função depois da criação da Secretaria de Cultura. Também duvido que se concretize. Neste caso o prefeito também perderia o apoio do DEM na Câmara através do vereador Edu.Também ouvi de que poderia haver troca na Cultura, com a saida do Mauricio Gallo Del Fabro.Neste caso o PSDB permaneceria com o cargo. São reflexões a serem feitas pelo Prefeito e seus conselheiros politicos. Uma fonte me revelou que o prefeito vai orar junto aos seus amigos pastores neste final de semana, pedindo proteção divina para o seu governo. Realmente o prefeito esta precisando de muita luz nos seu caminho e de muita força espiritual. Isto é o que da fazer uma ampla coligação para ganhar o governo.Acaba ficando refém de quem vai cobrar a fatura durante quatro anos. Depois não tem santo que ajude, nem oração que abra o caminho.

EMILIA PROPÕE REUNIÃO COM MINISTRO DA SAUDE PARA TRATAR DE DIVIDAS DA SANTA CASA

A deputada federal Emilia Fernandes (PT-RS) em visita a Santa Casa de Misericórdia onde se reuniu com o consultor do Grupo Mãe de Deus, Edmar Costa, responsável pela administração do hospital santanense, além de tratar de recursos que possam beneficiar a entidade, que infelizmente não consegue receber diretamente as emendas parlamentares,ouviu um relato da atual situação colocando-se mais uma vez a disposição para auxiliar naquilo que for preciso.Emilia lembrou do bom dialogo que sempre manteve com o então secretário da Saúde Osmar Terra, seu colega deputado federal , no trato das questões do hospital. Emilia Fernandes propôs ao administrador Edmar Costa, uma reunião com o ministro da Saúde José Gomes Temporão, para tratar da divida da Santa Casa com a União, envolvendo a direção do hospital, o prefeito Wainer Machado, e a Secretária de Saúde do Estado. Segundo Emilia em conversa anterior com o ministro este disse que para ajudar a Santa Casa seria necessária uma mudança de gestão. “Isto aconteceu então acredito que esta na hora de agendarmos uma audiência com o ministro Temporão, o que o nosso mandato se propõe a fazer” disse a deputada.
Emilia Fernandes também destacou a participação do governo federal neste processo de reabertura da Santa Casa, disponibilizando para o município uma Unidade de Pronto Atendimento-UPA- e o Samu Salvar. “ São medidas preventivas que indiretamente estarão ajudando o nosso hospital”, lembrou a deputada . Na audiência com o prefeito Wainer Machado, a deputada Emilia se informou a respeito do andamento destes dois projetos, recebendo a garantia de que as tratativas para a implantação estão sendo agilizadas pelo Executivo.