sábado, 28 de agosto de 2010

DILMA, SEM SURPRESA!











Por Marcos Coimbra

Do jeito como vão, as eleições presidenciais não devem nos reservar surpresas de reta final. Ao contrário. Salvo algo inusitado, elas logo adquirirão suas feições definitivas, talvez antes que cheguemos ao cabo da primeira quinzena de veiculação da propaganda eleitoral na tevê e no rádio.

Por várias razões, a provável vitória de Dilma Rousseff- em 3 de outubro será saudada como um resultado extraordinário. Ao que tudo indica, ela alcançará uma coisa que Lula não conseguiu nem quando disputou sua reeleição: vencer no primeiro turno. Não que levar a melhor dessa maneira seja fundamental, pois o próprio Lula mostrou ser possível ganhar apenas no segundo e se tornar o presidente mais querido de nossa história.

É preciso lembrar que Lula não a obteve em 2006 por pouco, apesar de sua imagem ainda sangrar com as feridas abertas pelo mensalão. Ele havia chegado aos últimos dias daquele setembro com vantagem suficiente para resolver tudo ali mesmo e só a perdeu quando sofreu um ataque sem precedentes de nossa “grande imprensa”.

Aproveitando-se do episódio dos “aloprados”, fazendo um carnaval de sua ausência no debate na Globo, ela balançou um eleitorado ainda traumatizado pelas denúncias de 2005. Lula deixou de vencer em 1º de outubro, o que, no fim das contas, terminou sendo ótimo para ele. No segundo turno, a vasta maioria da população concluiu o processo de sua absolvição, abrindo caminho para o que vimos de 2007 em diante: ele nunca mais caiu na aprovação popular e passou a bater um recorde de popularidade atrás de outro.

Com as pesquisas de agora, é difícil estimar com precisão quanto Dilma Rousseff poderá ter no voto válido. Não é impossível que alcance os 60% que Lula fez, no segundo turno, na última eleição. E ninguém estranharia se ela ultrapassasse os 54% que Fernando Henrique obteve em 1994, com o Plano Real e tudo.

Para fazer essas contas, é preciso levar em consideração diversos fatores. Um é quanto Marina Silva poderá alcançar, a partir dos cerca de 8% que tem hoje. Há quem imagine que ela ainda cresça, apesar do mísero tempo de televisão de que disporá. Com uma única inserção em horário nobre por semana e um tempo de programa praticamente idêntico ao dos candidatos pequenos, não é uma perspectiva fácil.

O segundo fator é o desempenho dos candidatos dos partidos menores, dos quais o mais relevante é Plínio de Arruda Sampaio. Muito mais que seus congêneres de extrema esquerda, ele pode se transformar em opção para a parcela de eleitores que vota de forma mais ideo-lógica ou que apenas quer expressar seu “protesto”. Embora as pesquisas a respeito desse tipo de eleitor não sejam conclusivas, isso pode, talvez, ocorrer em detrimento de Marina: à medida que Plínio subir, ela encolherá. O que não afetaria, portanto, o tamanho do eleitorado que não votará em Dilma ou Serra.

Para, então, projetar o tamanho da possível vitória de Dilma, o relevante é saber o piso de Serra. Se ele cairá, considerando seu patamar atual, próximo a 30%.

Só o mais otimista de seus partidários acredita (de verdade) que a presença de Lula na televisão será inútil para Dilma e que seu apelo direto ao eleitor não produzirá qualquer efeito. Ou seja, ninguém acredita que ela tenha já atingido seu teto, com os 45% que tem hoje.

O voto em Serra tem, no entanto, três fundamentos, todos, aparentemente, sólidos: 1. É um político respeitado no maior estado da federação, que governou, até outro dia, com larga aprovação. 2. Representa o eleitorado antipetista,- aquele que pode até tolerar Lula, mas que nunca votou e nunca votará no PT. 3. Tem uma imagem nacional positiva, conquistada ao longo da vida e, especialmente, quando foi ministro da Saúde.

De São Paulo deve sair com 45% dos votos, o que equivale a 10% do País. O antipetismo lhe dá mais cerca de 10% e a admiração por sua biografia no restante do eleitorado, outro tanto (tudo em números redondos).
Se essas contas estiverem corretas, Serra teria pouco a perder nas próximas semanas. Em outras palavras, já estaria, agora, perto de seu mínimo.

Fica simples calcular o resultado que, hoje, parece mais provável para 3 de outubro: Serra, 30%; Marina e os pequenos, 10%; brancos e nulos, entre 8% e 10% (considerando o que foram em 2006 e 2002, depois da universalização da urna eletrônica); Dilma, entre 50% e um pouco menos que 55%. Nos válidos: Marina (e os pequenos) 11%, Serra 33%, Dilma 56%.

Talvez seja arriscado fazer essas especulações. Talvez não, considerando quão previsível está sendo esta eleição.

Fonte: Carta Capital.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

É HORA DA MILITÂNCIA

Dilma abre oito pontos em relação a Serra ( 41 a 33 %), enquanto Tarso Genro esta 11 pontos a frente de Fogaça (38 a 27%). Os sinais , principalmente na eleição presidencial são de definição em primeiro turno.Aqui no Estado basta lembrar de toda a truculência e as irregularidades do governo Yeda ( 16%), que também será possivel a vitória em primeiro turno. O Rio Grande precisa estar em consonância com o Brasil.Dilma lá, Tarso aqui.A militância precisa se mobilizar ainda mais. É hora da militância aguerrida fazer a sua parte. Quando começar o horário eleitoral com o Lula ao lado da Dilma e aqui no Estado pedindo votos para o Tarso a vitória em primeiro turno estará consolidada. O povo não é bobo, o BRasil mudou para melhor, as pessoas sentem isso e vão apostar na continuidade do governo federal e na mudança tão necessária ao nosso Rio Grande.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O MELHOR TEXTO SOBRE LULA

Simplesmente o melhor texto que já tive a oportunidade de ler sobre o Lula. E olha que já li muitos.Emir Sader simplesmente arrebentou neste texto publicado na Carta Maior e no Portal Vermelho.


Quem olhasse para o Brasil através da imprensa, não conseguiria entender a popularidade do Lula. Foi o que constatou o ex-presidente português Mario Soares, que a essa dicotomia soma a projeção internacional extraordinária do Lula e do Brasil no governo atual e não conseguia entender como a imprensa brasileira não reflete, nem essa imagem internacional, nem o formidável e inédito apoio interno do Lula.

Acontece que Lula não se subordinou ao que as elites tradicionais acreditavam reservar para ele: que fosse eternamente um opositor denuncista, sem capacidade de agregar, de fazer alianças, se construir uma força hegemônica no país. Ficaria ali, isolado, rejeitado, até mesmo como prova da existência de uma oposição – incapaz de deixar de sê-lo.

Quando Lula contornou isso, constituiu um arco de alianças majoritário e triunfou, lhe reservavam o fracasso: ataque especulativo, fuga de capitais, onda de reivindicações, descontrole inflacionário, que levasse a população a suplicar pela volta dos tucanos-pefelistas, enterrando definitivamente a esquerda no Brasil por vinte anos.

Lula contornou esse problema. Aí o medo era de que permanecesse muito tempo, se consolidasse. Reservaram-lhe então o papel de “presidente corrupto”, vitima de campanhas orquestradas pela mídia privada – como em 1964 -, a partir de movimentos como o “Cansei”. Ou o derrubariam por impeachment ou supunham que ele pudesse capitular, não se candidatando de novo, ou que fosse, sangrado pela oposição, ser derrotado nas eleições de 2006. Tinham lhe reservado o destino do presidente solitário no poder, isolado do povo, rejeitado pelos “formadores de opinião”, vitima de mais um desses movimentos que escolhem cores para exibir repudio a governos antidemocráticos e antipopulares.

Lula superou esses obstáculos, conquistou popularidade que nenhum governante tinha conseguido, o povo o apóia. Mas nenhum espaço da mídia expressa esse sentimento popular – o mais difundido no país. O povo não ouve discursos do Lula na televisão, nem no rádio, nem os pode ler nos jornais. Lula não pode falar ao povo, sem a intermediação da mídia privada, que escolhe o que deseja fazer chegar à população. Nunca publica um discurso integral do presidente da republica mais popular que o Brasil já teve. Ao contrário, se opõem frenética e sistematicamente a ele, conquistando e expressando os 3% da população que o rejeita, contra os 82% que o apóiam.

Talvez nada reflita melhor a distância e a contraposição entre os dois países que convivem, um ao lado do outro. Revela como, apesar da moderação do seu governo, sua imagem, sua trajetória, o que ele representa para o povo brasileiro, é algo inassimilável para as elites tradicionais. Essa mesma elite que tinha uma imensa e variada equipe de apologetas de Collor e de FHC, não tolera o fracasso deles e o sucesso nacional e internacional, político e de massas, de um imigrante nordestino, que perdeu um dedo na máquina, como torneiro mecânico, dirigente sindical e um Partido dos Trabalhadores, que não aceitou a capitulação ou a derrota.

Lula é o melhor fenômeno para entender o que é o Brasil hoje, em todas as posições da estrutura social, em todas as dimensões da nossa história. Quase se pode dizer: diga-me o que você acha do Lula e eu te direi quem és.

Fonte: Carta Maior

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

IBOPE APRESENTA DILMA A FRENTE DE SERRA

A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, lidera a corrida presidencial com 39% das intenções de voto, contra 34% do candidato do PSDB, José Serra, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira (6) pelo Jornal Nacional. A candidata do PV ao Palácio do Planalto, Marina Silva, registra 8%.

Os números de Dilma e Serra se repetem, de acordo com a última pesquisa Ibope divulgada na sexta-feira (31).

Segundo o levantamento, os votos brancos e nulos somam 7%. Enquanto 12% dos entrevistados não souberam ou não responderam. A margem de erro de é dois pontos percentuais.

O Ibope também fez uma simulação de um segundo turno entre Dilma e Serra, a petista aparece com 44% e o tucano com 39%.

Encomendada pela Rede Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo , a pesquisa foi realizada entre os dias 31 de julho e 6 de agosto e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 31 de julho de 2010, sob o número 21697/2010.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ANALISTAS APONTAM QUE DILMA PODE VENCER NO PRIMEIRO TURNO

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, enfrenta um grande desafio até o final deste mês, na avaliação de especialistas na área política: barrar o crescimento de sua adversária Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de intenção de voto, para evitar que a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa faturar a eleição já no primeiro turno. De acordo com o especialista em pesquisa eleitoral Sidney Kuntz, passados os dez primeiros dias de exibição do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV - que começa no próximo dia 17 - o eleitor já não terá um fato novo para alterar o voto. "Portanto, se nesse período as pesquisas continuarem apontando para o crescimento de Dilma, a eleição poderá ser definida pela petista no primeiro turno", avalia Kuntz.
Apesar de não citar um período específico para o tucano reverter a tendência de crescimento de Dilma nas pesquisas de intenção de voto, o cientista político Humberto Dantas, conselheiro do Movimento Voto Consciente, também não descarta a hipótese de ocorrer neste pleito a chamada 'onda' em favor de quem está na frente e a eleição ser definida no primeiro turno. "O resultado da pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje (que aponta uma vantagem de Dilma sobre Serra de dez pontos porcentuais) acaba corroborando a teoria de que o eleitor vota mesmo com o bolso, que a lógica econômica se sobrepõe num pleito nacional. Como a população está satisfeita pelo bom desempenho da economia, a candidata da situação leva vantagem", destaca Dantas.
Na avaliação do cientista político e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, Marco Antonio Carvalho Teixeira, a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno não pode ser descartada. Contudo, ele alerta para o fato de que boa parte do porcentual de eleitores ainda indecisos - que aguardam um debate mais qualificado para definir o voto - pode ser um ponto favorável para o tucano José Serra. "Porém, o tucano precisa melhorar o ritmo de sua campanha para convencer esse eleitorado", destaca Carvalho Teixeira. O pesquisador afirma também que as últimas pesquisas de intenção de voto apontam para a polarização entre Dilma e Serra, "mas com vantagem para Dilma, que vem numa curva de crescimento ascendente e num cenário não volátil".