sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Primeira noite fica marcada pela emoção no palco do Martin Fierro

Por Cleizer Maciel

Assessoria de Imprensa


Público respondeu ao chamado e lotou o ginásio Guanabara na primeira das quatro noites de realização do festival em Sant’Ana do Livramento

Passava das 22h30 quando o poeta Anomar Danúbio Vieira subiu ao palco da décima primeira edição do Festival de Fronteira Um Canto Para Martin Fierro, para proceder, como faz já há vários anos, a abertura oficial do evento. Acompanhado do violonista Negrinho Martins, Anomar, poeta santanense reconhecido e premiado nos mais importantes festivais de música nativista do Estado, ele emocionou o público ao recitar versos profundamente identificados com o evento. Na sequencia, já com a presença da dupla oficial de apresentadores, Shana Muller e Manolo Oribe, teve início mais uma edição do evento. Como de costume, Manolo eShana destacaram a importância do Festival para o engrandecimento e manutenção da cultura musical do Rio Grande do Sul.

Hino original

Ricardo Martins, instrumentista vencedor dos maiores e mais importantes festivais de música nativista do Estado e atual detentor do título de campeão da Califórnia da Canção da cidade de Uruguaiana, emocionou o público ao executar o hino nacional brasileiro com seu estilo inconfundível. Ansioso, o público sentiu os primeiros acordes com a apresentação especial da música Regalo, interpretada por Mateus Ribeiro, vencedor da Penca da Música Nativista, festival que acontece no C.T.G. Presilha do Pago, em Livramento. Logo a seguir Foi a vez de Luis Cardoso, santanense que há anos está entre os melhores violonistas do Sul do Brasil, subir ao palco do Martin Fierro e tocar no show de aberta oficial desta edição do Festival. A apresentação, aquecida pelos aplausos calorosos do público, deixou clara boa forma do músico que é capaz de emocionar os santanenses através do perfume dos acordes que emanam do seu violão.

Concorrentes

Com a apresentação das oito primeiras concorrentes deste ano, o público, já ansioso, viu subir ao palco a primeira composição por volta da meia-noite. Arranjos, interpretações, poesia e melodia de altíssimo nível marcaram a primeira noite do Martin Fierro. Das oito composições apresentadas, a prova clara do equilíbrio que deverá marcar esta edição do evento. Pela alta qualidade dos trabalhos que foram apresentados na primeira noite do evento, ficou a certeza de que o ano de 2009 deverá ficar marcado como o detentor de uma das maiores e mais importantes edições do Festival de Fronteira Um Canto Para Martin Fierro. O destaque da noite ficou para a apresentação das composições Florão de Chinoca, com letra de Rafael Chiapetta e música de Leonel Gomes. A defesa da música empolgou o público que identificou-se rapidamente com a voz macia e reconhecida de Leonel Gomes e Marcelo Oliveira. Caçador de Campanha, composição que tem letra de Leonardo Borges e Fábio Maciel, e música de Juliano Moreno, fez vibrar a plateia nas arquibancadas do ginásio de José Luiz Sanz do Esporte Clube Guanabara. O tema, que contou, de forma irreverente, os hábitos dos caçadores que fazem desta prática uma forma de aproximar amigos e manter acesa uma das mais antigas tradições do gaúcho. Ao lado do grupo Os Mogango Maleva, Juliano Moreno desceu do palco empolgado com a apresentação e confiante na decisão dos jurados.

Um show a parte

Já era madrugada desta sexta-feira quando Nelson Cardoso, ovacionado pelo público, subiu ao palco para incendiar a primeira noite do evento. O homem, a lenda da música de Livramento, aguardado por uma verdadeira multidão, subiu ao palco e incendiou o ginásio com sua energia e carisma. Nelson Cardoso, o gaiteiro dos canudos, homenageado deste ano, fez um show que deverá ficar guardado para sempre na memória do povo santanense. No meio da plateia, pessoas com lágrimas nos olhos viram ali a presença daquele que é um dos maiores representantes da verdadeira cultura e música do Rio Grande do Sul. Também emocionado, Nelson Cardoso fez questão de agradecer ao carinho recebido através da homenagem feita pela comissão organizadora do evento.

PROGRAMAÇÃO

Dia 18/12/09 – Sexta-feira

• Show de abertura - Jarí Terres;

• Oito Concorrentes;

• Show de Encerramento - Buenas e M'espalho.

Dia 19/12/09 – Sábado / Tributo a Mercedes Sosa

• Shows - Luis Carlos Borges;

• Show Internacional - Yamila Cafrune;

• Show César Oliveira e Rogério Melo.

Dia 20/12/09 - Domingo

• Apresentação Especial;

• 12 Finalistas;

• Show de Encerramento - Joca Martins.


Saiba Mais

O quê ? 11ª edição do Festival de Fronteira Um Canto Para Martin Fierro

Quando? dias 17, 18, 19 e 20 de dezembro de 2009

Onde ? Ginásio José Luiz Sanz do Esporte Clube Guanabara (Sant’Ana do Livramento)

Shows ? Jari Terres, Buenas e M’espalho, Luis Carlos Borges, Yamila Cafrune, Cesar Oliveira e Rogério Melo, além de Joca Martins e um show surpresa preparado pela comissão organizadora.

Homenagens? Neste ano são homenageados Nelson Cardoso (50 anos de carreira), e Mercedes Sosa (cantora argentina falecida em outubro)

Ingressos: Arquibancadas R$ 4,00 (quatro reais) na sexta-feira e R$ 5,00 (cinco reais) no sábado e domingo

Cadeiras: R$ 8,00 (oito reais) na sexta-feira e R$ 10,00 (dez reais) no sábado e no domingo

Transmissão: Ao vivo pela RCC FM 95,3 e no site no endereço: www.rccfm.com.br

CDL/SPC amplia horário de atendimento ao comércio local

Por Edis Elgarte

Assessoria de Imprensa CDL



A ampliação do horário de atendimento ao consumidor da fronteira pelas principais lojas de varejo de Livramento, nos dias que antecedem o Natal, ganhará a partir da próxima segunda-feira, dia 21, o apoio do Serviço de Proteção ao Crédito-SPC da Câmara de Dirigentes Lojistas-CDL. O serviço, que presta uma assessoria importante para os estabelecimentos comerciais e para os próprios consumidores, também vai estender seu horário de funcionamento entre a segunda-feira e a véspera do Natal, mantendo um plantão ininterrupto das 8 horas até às 20 horas, diariamente.
Visando oferecer maior tranqüilidade e conforto para a população considerando o significativo incremento no movimento de pessoas neste período, a maioria das lojas estende algumas horas em seu expediente normal. Como muitos consumidores fazem a opção pela compra a crédito e esse tipo de venda depende geralmente de consulta ao banco de dados do SPC, muitas vezes as compras não são possíveis porque o serviço encerra seu expediente às 19 horas. Com a ampliação do horário a partir de segunda, os consumidores terão mais tranqüilidade para suas compras e o comércio maior segurança nos negócios.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Um Canto para Martin Fierro com homenagens e ingressos populares



Um evento que transcende fronteiras e alcança um número cada vez maior de pessoas nos quatro cantos do Estado, em boa parte do Sul do Brasil, Uruguai e Argentina. Assim é o Festival de Fronteira Um Canto Para Martin Fierro que chega neste ano à sua 11ª edição em Sant’Ana do Livramento. Nos dias 17, 18, 19 e 20 de dezembro, com início previsto para as 21h, a comunidade fronteiriça terá novamente a oportunidade de ver em cima do palco que será montado no interior do ginásio José Luiz Sanz, do Esporte Clube Guanabara, um desfile de astros e estrelas da música gaúcha, responsáveis pela produção e manutenção do cancioneiro do Estado e que também levam para outros estados da federação e outros países, um pouco da cultura do povo do Rio Grande do Sul. Serão nomes como Joca Martins, Luis Carlos Borges, Cesar Oliveira e Rogério Melo, entre tantos outros, que poderão ser vistos bem de perto pelo público que ocupará espaços nas arquibancadas.

Uma noite a mais

A grande novidade desta edição do festival fica mesmo por conta do acréscimo de uma noite. Nas dez edições anteriores, o festival foi sempre realizado em três noite, iniciando na sexta e culminando no domingo, noite reservada para a grande final. Em 2009, o festival inicia na quinta-feira sendo a noite do sábado reservada para um tributo especial em homenagem a cantora argentina Mercedes Sosa. A Ideia, aprovada por músicos, comissão organizadora e público em geral, tem o apoio oficial do governo brasileiro e deverá ser prestigiada por representantes dos governos do Uruguai e Argentina, já que Mercedes Sosa ou, La Negra, como ficou conhecida mundialmente, através do seu canto fazia ecoar sua mensagem não apenas para sua terra natal mas para todos os países da América Latina.

Hors-concours

A palavra significa um adjetivo e substantivo masculino de dois números relativo a ou pessoa que não pode participar de um concurso por já ter sido laureada, por ser membro do júri ou por ser tida como muito superior aos demais competidores. Ou seja, já eleita entre os melhores em sua área de atuação. A tradução desta palavra, nesta edição de Um Canto Para Martin Fierro,pode também ser entendida como Nelson Cardoso. O gaiteiro e cantor, diversas vezes premiado com a música mais popular do evento, é também o responsável por algumas das maiores emoções que o público já sentiu em dez anos de festival. Ao subir no palco, o delírio da plateia dava a Nelson a certeza da consolidação de uma carreira e aceitação do trabalho por parte de todos os santanenses. Com base nisso, a comissão organizadora do festival resolveu neste ano, prestar uma homenagem ao cantor. Na quinta-feira, 17 de dezembro, acontecerá a chamada Noite de Livramento, quando subirão ao palco Luis Cardoso, no show de abertura, as oito primeiras músicas concorrentes, e Nelson Cardoso será o responsável pelo show de encerramento. Na oportunidade, o cantor será homenageado oficialmente pelos organizadores. Neste ano, Nelson não participa das etapas competitivas do Martin Fierro.

Festival popular

A exemplo dos anos anteriores, uma das principais características do evento está mantida. O preço dos ingressos continua dentro da faixa considerada popular. Segundo o presidente do evento, Carlinhos Fernandes, esta é uma forma de permitir que o público que tanto gosta deste tipo de evento participa de forma fiel há onze anos, possa novamente ter acesso a grandes shows com um ingresso barato. Para o presidente do Centro de Cultura Um Canto Para Martin Fierro, a manutenção de ingressos com preços considerados populares é a garantia de que a participação do público é fundamental para o sucesso do festival de todos os santanenses. Os valores dos ingressos serão os seguintes: arquibancadas – dias 17 e 18 de dezembro custarão R$ 4,00 (quatro reais), nos dias 19 e 20 passarão a custar R$ 5,00 (cinco reais). Já as cadeiras, nos dias 17 e 18 de dezembro custarão R$ 8,00 (oito reais) e nos dias 19 e 20 passarão a custar R$ 10,00 (dez reais). Segundo Carlinhos Fernandes, a partir do dia 10 de dezembro, iniciam as vendas dos pacotes para as quatro noites. Os interessados poderão adquirir os mesmos com 10% de desconto. Os ingresso poderão ser adquiridos já no dia 10 na rua Rivadávia Corrêa 663, e na Durma Bem, na Manduca Rodrigues entre Rivadávia Corrêa e Andradas.

Programação

Dia 17/12/09 – Quinta-feira

• Show de abertura - Luis Cardoso;

• Oito Concorrentes;

• Show de Encerramento - Nelson Cardoso;

• Noite de Livramento

Homenagem aos 50 anos de carreira do cantor e gaiteiro Nelson Cardoso.

Dia 18/12/09 – Sexta-feira

• Show de abertura - Jarí Terres;

• Oito Concorrentes;

• Show de Encerramento - Buenas e M'espalho.

Dia 19/12/09 – Sábado / Tributo a Mercedes Sosa

• Shows - Luis Carlos Borges;

• Show Internacional - Yamila Cafrune;

• Show César Oliveira e Rogério Melo.

Dia 20/12/09 - Domingo

• Apresentação Especial;

• 12 Finalistas;

• Show de Encerramento - Joca Martins.


Saiba Mais

O quê ? 11ª edição do Festival de Fronteira Um Canto Para Martin Fierro

Quando? dias 17, 18, 19 e 20 de dezembro de 2009

Onde ? Ginásio José Luiz Sanz do Esporte Clube Guanabara (Sant’Ana do Livramento)

Shows ? Nelson Cardoso, Luis Cardoso, Jari Terres, Buenas e M’espalho, Luis Carlos Borges, Yamila Cafrune, Cesar Oliveira e Rogério Melo, além de Joca Martins e um show surpresa preparado pela comissão organizadora.

Homenagens? Serão homenageados Nelson Cardoso (50 anos de carreira), e Mercedes Sosa (cantora argentina falecida em outubro)

MAGISTÉRIO INICIA GREVE NESTA TERÇA FEIRA

Por JUca Sanmpaio

No dia 15/12, terça-feira, começa a greve dos Trabalhadores em Educação gaúchos. Esta foi uma greve anunciada e que chegou a sua decretação pela intransigência do Governo Yeda. É um movimento paredista contra a desestruturação dos Planos de Carreira proposto pelo Governo Estadual, que através da Proposta de Emenda à Constituição do Estado Nº 200/09, que revoga a os parágrafos 3º do artigo 31, que assegura a existência de promoções alternadas, por critérios objetivos e alternados de antiguidade e merecimento, nas carreiras. Também revoga os parágrafos 3º e 4º, que asseguram concessão de gratificações e adicionais por tempo de serviço, por critérios uniformes e concede as Licenças Prêmio, de três meses remuneradas, concedidas a cada cinco anos, respectivamente. Estas medidas atingem todos os servidores públicos.
Já o Projeto de Lei nº 335/09, vem na consequência, porque modifica dispositivos do Estatuto do Regime Jurídico Único, Lei Complementar nº 10098/94, atingindo todas as categorias de servidores. Pois, institui a meritocracia como forma de promoção e extingue os triênios e avanços, conforme prescrevem os artigos 99 e 115 da Lei Complementar 10098/94. Diz, ainda, o parágrafo único que o servidor poderá migrar, mas nessa hipótese o servidor ficará premido pelos prejuízos conhecidos, que marca as situações de uma carreira em extinção.
O Projeto de Lei 333/09, cria uma remuneração mínima para o magistério, de R$ 1500,00, para vículos de 40h semanais, e de R$ 750,00, para vínculos de 20h semanais, aplicando-se a servidores ativos ou inativos. Este Projeto não possui mecanismo de reajuste periódico. Assim, se um servidor receber menos desses valores ele receberá um completivo. Toda a vez que o valor do básico de um servidor receber um reajuste, diminuirá o completivo, ficando assim, com seu salário congelado. Este projeto não envolve os funcionários de escola.
Outro projeto polêmico é o de nº 334/09, que cria um mecanismo através do qual, em cada ano, o Estado vai apurar se ocorreu um superávit no orçamento do ano anterior, para conceder em março reajuste ao magistério e aos servdores de escola. Desta forma, este reajuste fica condicionado ao fato de o Estado não ter déficit, pois compara receitas e despesas dos dois últimos anos para encontrar o montante, que menciona ser resultado positivo, que será transformado em índice e do resultado positivo, será utilizado apenas 15%, que através do dito índice será repassados aos vencimentos.
Estes projetos não valorizam os servidores, mas retiram conquistas e se assentam em parâmetros de governo, que são metas de gestão, submentendo-se, inclusive, aos crivos ideológicos e temporários dos partidos do poder. Por outro lado, convem ressaltar que tais modificações obedecem aos dítames do Banco Mundial, quando da assinatura do empréstimo feito pelo governo do Estado. Na verdade, o Governo quer transformar a Escola que conhecemos numa Escola-Empresa, cujos objetivos não são os mesmos, por se tratar de atividades díspares. A primeira trata da construção do conhedimento, que depende de rítimos de aprendizagem e necessita de condições para ocorrer a aprendizagem. O Governo atual não investe os 35% em educação e sim apenas 18%, além de faltarem professores e espaços pedagógicos funcionando adequadamente. Já a segunda tem como objetivo o lucro, tão somente. Portanto, os parâmetros do Governo são de mercado e isto é incompatível com os parâmetros da educação.
O Governo não debateu com a categoria sobre tais projetos, apenas os enviou para a Assembléia Legislativa, em regime de urgência, que em 30 dias os deputados devem apreciar, sem ter o tempo necessário para avaliá-los satisfatóriamente, nem tiveram os servidores públicos tempo para expressarem suas opiniões para aconstrução dos mesmos. Afinal, quem vai ter que trabalhar e levar a bom termo o serviço público são os funcionários e estes não foram nem sequer avisados sobre as condições "novas" sob as quais terão que trabalhar. Isto, se forem aprovadas.
Desta forma e por absoluta intransigência do Governo e para que sejamos ouvidos, é que foi deflagrada a Greve.
Os marcos legais que o Governo Yeda quer mudar atingem diretamente as carreiras, desestruturando-as retirando conquistas históricas. Além de colocar a experiência como algo não importante e descartável, quando quer avaliar por merecimento, cujos critérios não estão definidos. É o mesmo que jogar na lata de lixo, não reciclável, a experiência obtida através da antiguidade no serviço. Este fato demonstra que o Governo tem uma concepção de vida não humana, não fraterna nem muito menos solidária. É importante que se diga que educar não é a mesma coisa que trabalhar numa linha de produção, onde o produto defeituoso ou é descartado, ou é jogado num forno qualquer para ser transformado novamente em matéria prima. Pois, na escola trabalham seres humanos que tem a tarefa de ensinar e construir o conhecimento. Os alunos não são como parafusos, que se mal feitos podem ir para uma sessão qualquer de reciclagem. Os tempos da educação não são os mesmos tempos do mercado, nem a aprendizagem tem os mesmos tempos de uma linha de montagem de uma fábrica. Estabelecer metas em educação é levar em conta todas as condições sociais do ser humano e na avaliação por merecimento, de acordo com metas atigidas, é que se encontram os maiores erros do Governo. Não se pode querer que a aprendizagem de um aluno seja única e exclusiva responsabilidade do educador. Tem, o aluno que ter um tempo fundamental de estudo fora da escola, em sua casa, onde os pais devem acompanhar esse estudo e ele deve ter condições para que exista esse tempo de estudo, por exemplo. É por isso que dizemos que uma Escola não é uma ilha de produção fabril, nem uma linha de montagem de uma indústria.

domingo, 13 de dezembro de 2009

DIAS DE EXILIO E SOLIDARIEDADE NA FRONTEIRA GAUCHA


Todos os finais de semana, um ritual se repete na aprazível região da campanha. Milhares de turistas se dirigem aos free-shops da fronteira de Santana do Livramento e Rivera em busca de bebidas, artigos importados a preços razoáveis e a boa carne uruguaia. O que poucos desconfiam é que essa região guarda mistérios bem mais densos do que os frívolos motivos do consumismo podem sugerir. Nas ruas de Livramento e Rivera, separadas por uma linha imaginária que aparentemente a nada se opõe, travaram-se batalhas em distintas escalas, desde a configuração da fronteira nacional, nas primeiras décadas do século 19. Algumas dessas batalhas políticas são recuperadas pelo jornalista Marlon Aseff, na obra Retratos do Exílio – Solidariedade e Resistência na Fronteira (Edunisc, 265 páginas).

O livro traz à luz os dias de desesperança, de lutas e de solidariedade, vividos por uma geração que teve de deixar o país, logo após o golpe que destituiu o presidente João Goulart do poder, em abril e 1964. No primeiro momento do golpe, as cidades gêmeas de Santana e Rivera desempenharam um papel fundamental na acolhida e passagem de militantes e perseguidos de toda a sorte, que buscavam a capital uruguaia como única possibilidade de refúgio. No território híbrido da fronteira, permeado de nuances que muitas vezes poderiam significar a vida ou a morte, a solidariedade foi a tônica naqueles dias. Através de uma pesquisa que levou cinco anos para ser concluída, em arquivos particulares, bibliotecas brasileiras e uruguaias, e em mais de 40 horas de entrevistas, o autor revela personagens que ainda permaneciam à sombra, em uma abordagem inédita na historiografia brasileira daquele período.

Recuando a lutas sindicais do começo do século, quando o Frigorífico Armour e o capital internacional se instala na cidade, revivendo crimes políticos que se perpetuavam em uma região de conflitos ideológicos latentes, Marlon Aseff chega aos dias decisivos de 1964. Naquele momento, encerrava-se a experiência republicana iniciada com o final do Estado Novo, e um projeto latino-americano de autonomia começava a ruir, como um castelo de cartas, em sucessivos golpes militares.

Na busca por uma conjuntura daqueles anos de exílio vividos na pequena cidade uruguaia, o autor retrata a trajetória de algumas famílias que ali se estabeleceram, como a do deputado trabalhista Beno Orlando Burmann, perseguido pela repressão política e acusado de participar do chamado “esquema de fronteira”, ou seja, dar passagem aos militantes da esquerda que entravam ou saíam do Uruguai e insuflar os movimentos de resistência que se sucederam com mais regularidade a partir de 1966.

Região referendada por dois dos maiores escritores da América Latina, Jorge Luis Borges e José Hernandez, que ali teria escrito o Martin Fierro, a fronteira gaúcha foi porta de passagem para os degredados políticos e palco de exílios durante todo século 20. Vigiada constantemente por serviços secretos brasileiros, uruguaios e norte-americanos, Santana do Livramento seria a cidade brasileira mais próxima da fazenda onde João Goulart mantinha seu quartel-general, em Taquarembó, a 120 quilômetros da linha divisória. A proximidade daqueles atores políticos com o presidente deposto, suas angústias e motivações pessoais, são retratados nas páginas do livro, que tem prefácio do jornalista e professor de literatura da USP, Flávio Aguiar e contracapa do historiador Paulo Pinheiro Machado.

Situado ao mesmo tempo no micro-cosmo das cidades gêmeas e nos desdobramentos políticos que circundavam uma América Latina radicalizada, o autor retrata um momento crucial para os destinos da nação, que ainda vive as conseqüências daquela ruptura política. Pelas mesmas ruas de Santana e Rivera, hoje inundadas de turistas e sacoleiros, passaram figuras como os insurgentes Carlos Lamarca , Joaquim Câmara Ferreira, Edmur Péricles de Camargo, ou o novato advogado e vereador auto-exilado, Tarso Fernando Genro, entre muitos outros que viveram os dias de incerteza do exílio. Como na assertiva do historiador Bernard Lepetit, nestes Retratos do Exílio o território é essencialmente uma memória e seu conteúdo é todo constituído de algumas formas passadas, que só subsistirão quando compreendidos pelas novas gerações. Nesse sentido, a obra de Marlon Aseff representa um passo à frente nesta direção.






Livro: Retratos do Exílio – solidariedade e resistência na fronteira


Autor: Marlon Gonsales Aseff


Editora da Universidade de Santa Cruz do Sul


Lançamento: Espaço Cultural Antel


Agraciada 333 - Rivera


Dia 21 de Dezembro, segunda-feira, às 20h

domingo, 6 de dezembro de 2009

O JORNAL QUE OUSOU CONTAR A VERDADE

Por Luiz Cláudio Cunha

A maior fraude com dinheiro público da história do Rio Grande do Sul carrega nos ombros o sobrenome ilustre de Germano Rigotto. O irmão do ex-governador gaúcho, Lindomar, brilha como o principal implicado entre as 22 pessoas e 11 empresas denunciadas pelo Ministério Público e arroladas na CPI da Assembléia gaúcha que investigou há 14 anos uma milionária falcatrua na construção de 11 subestações da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Foi uma tungada, em valores corrigidos, de aproximadamente 800 milhões de reais - quase 15 vezes o valor do mensalão do governo Lula, três vezes o valor dos desvios atribuídos ao clã Maluf em São Paulo, cerca de 20 vezes o valor apurado no escândalo do Detran que expôs a governadora gaúcha Yeda Crusius a um pedido de impeachment.

Esta história foi contada em detalhes, em 2001, por um pequeno jornal de Porto Alegre, com tiragem de apenas cinco mil exemplares numa capital com quase 1,5 milhão de habitantes - e está recontada, a partir desta semana, numa edição extra do JÁ que chega às bancas e no seu site.

O JÁ é um bravo mensário que sobrevive há 24 anos pela teimosa resistência de seu editor, Elmar Bones da Costa, nascido há 65 anos em Santana do Livramento, cidade gaúcha no limite com o Uruguai, de onde ele trouxe a rebeldia indomável do fronteiriço. Ao longo de 40 anos de carreira, Bones construiu com talento uma sólida e reconhecida biografia na imprensa nacional que passa pelas redações de Veja, Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, O Estado de S.Paulo, IstoÉ e Folha da Manhã.

Seu troféu mais lustroso, porém, é o CooJornal, um mensário editado pela extinta Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre (1976-1983) nos duros anos de chumbo da ditadura. Era um jornal de reflexão sobre a imprensa e seus profissionais, que abria espaço para a memória e a história recente do país, contada por intelectuais de peso e cores que não tinham lugar na imprensa tradicional. Em 1980, ainda em plena ditadura, Bones publicou um documento sigiloso do Exército em que os generais faziam uma dura autocrítica à atuação de suas tropas na repressão às guerrilhas do Vale da Ribeira e do Araguaia. Os militares não gostaram e ele, junto com três colegas do CooJornal, foi condenado a 18 meses de prisão. Gramou 15 dias de cadeia e foi libertado com sursis.

Duas mortes

A mesma intolerância dos generais da ditadura recrudesceu, depois, com os Rigotto da democracia. A família sentiu-se ultrajada pela primeira página da edição 287 de maio de 2001 do JÁ, que anunciava: "O Caso Rigotto - Um golpe de US$ 65 milhões e duas mortes não esclarecidas". Três meses depois, a matriarca da família, Julieta Vargas Rigotto, mãe de Lindomar e de Germano, entrou na Justiça com duas ações. Uma pelo Código Penal contra o jornalista que assina a reportagem, Elmar Bones, acusado de calúnia e difamação.
Outra pela Lei de Imprensa contra a editora do JÁ, pedindo indenização por dano moral.

Nos dois anos seguintes, Bones ganhou todas as ações contra ele, em todas as instâncias, e o processo foi arquivado. Mas, em dezembro de 2003, a Vara Cível do Tribunal de Justiça condenou o JÁ ao pagamento de uma indenização que hoje alcança 54 mil reais, penhorando seus bens para cumprir a decisão.
Desde agosto de 2009 um perito da Justiça vasculha mensalmente as conta do jornal para bloquear 20% de sua receita bruta. Assim, estranhamente, uma mesma reportagem gerou na Justiça duas sentenças díspares, contraditórias: uma absolvendo por unanimidade, outra condenando.

O pequeno mensário, que já teve 22 jornalistas e uma dezena de estagiários e colaboradores na Redação de uma ampla casa alugada no bairro do Bonfim, hoje está reduzido a Bones e sua companheira, Patrícia Marini, também jornalista, uma estagiária, uma secretária, dois computadores, um telefone e uma dezena de contas atrasadas, acuados em duas salas pequenas do antigo prédio na avenida Borges de Medeiros, no centro da cidade, onde funciona a
Associação Riograndense de Imprensa (ARI), que até hoje não se manifestou sobre o caso Rigotto vs. JÁ. Assim, a ação de 54 mil reais de uma veneranda mãe que se diz injuriada está asfixiando, aos poucos, um destemido jornal nanico que ousou contar a verdade sobre uma quadrilha, identificada pela CPI e pelo Ministério Público, que roubou 800 milhões de reais do povo gaúcho. Dona Julieta Rigotto, aos 88 anos de vida, está matando um jornal alternativo que ainda não atingiu seus tenros 25 anos de existência. E tudo disso com o aval da Justiça.

A pequena editora de Bones, além das 396 edições do JÁ, publica uma revista mensal e quatro guias de bairro e ostenta 35 títulos de livros publicados.
Ganhou oito prêmios ARI, o mais importante do Rio Grande do Sul, e em 2004, superando os grandes jornais e revistas do centro do país, faturou a categoria principal do maior prêmio do jornalismo brasileiro, o Esso, com "A tragédia de Felipe Klein" - um texto dramático, arrebatador do repórter Renan Antunes de Oliveira sobre a vida e morte de um jovem e atormentado suicida de Porto Alegre.

A reportagem de quatro páginas de 2001 que tanto incomodou os Rigotto é outra vencedora: conquistou o prêmio daquele ano da hoje silente ARI e o valioso Prêmio Esso Regional, carimbo de sua qualidade e relevância jornalística. A cirúrgica manchete do jornal - "O Caso Rigotto - Um golpe de US$ 65 milhões e duas mortes não esclarecidas" - expressava a mais pura verdade. O golpe era aquele destrinchado na CPI da CEEE.

Alta voltagem

A primeira morte era de uma garota de programa, Andréa Viviane Catarina, 24 anos, conhecida nas boates da capital como "Amanda". No fim da tarde de 29 de setembro de 1998, ela despencou, nua, do 14º andar do Solar Meridien, um prédio na rua Duque de Caxias, no centro de Porto Alegre, a duas quadras do palácio que Germano Rigotto ocuparia cinco anos mais tarde.

O dono do apartamento de onde caiu Andréa era o irmão do futuro governador, Lindomar Rigotto, que estava em casa na hora do incidente. À polícia ele contou que a garota tinha bebido uísque e ingerido cocaína. Os exames de laboratório não encontraram vestígios de álcool ou droga no sangue da jovem.
A autópsia indicou que a vítima apresentava três lesões - duas nas costas, uma no rosto - sem ligação com a queda, indicando que ela estava ferida antes de cair. Três meses depois, Rigotto foi denunciado à Justiça por homicídio culposo e omissão de socorro. No relatório, o delegado Cláudio Barbedo cita o depoimento de uma testemunha descrevendo o réu como "usuário e traficante de cocaína".

A segunda morte, 142 dias depois, era a do próprio Lindomar Rigotto. Então dono da boate Ibiza, na praia de Atlântida, a casa mais badalada do litoral gaúcho, ele fechava o balanço do último baile do Carnaval de 1999, que animou sete mil foliões até o amanhecer daquela Quarta-Feira de Cinzas, 17 de fevereiro. Cinco homens armados irromperam ali, no momento em que Rigotto
e seu gerente contavam a renda. Os ladrões botaram o dinheiro numa sacola e fugiram, cantando pneu. Rigotto saiu em perseguição no seu Gol branco e levou um tiro acima do olho. Morreu a caminho do hospital, aos 47 anos. A bala fatal acabou arquivando o processo pela morte da garota, mas reavivou o mistério em torno da fraude milionária da CEEE.

Afundada em dívidas de quase 1,8 bilhão de dólares, a estatal gaúcha de energia encontrava dificuldades para conseguir os 142 milhões de dólares necessários para as subestações que iriam gerar 500 mil quilowatts para 51 pequenas e médias cidades do Rio Grande. O então governador Pedro Simon, preocupado com a situação pré-falimentar da empresa, tinha ordenado
austeridade total. Até que, em março de 1987, criou-se o cargo de "assistente da diretoria financeira" para acomodar Lindomar Rigotto.
"Era um pleito político da base do PMDB em Caxias do Sul", confessou na CPI o secretário de Minas e Energia da época, Alcides Saldanha. O líder do governo Simon na Assembléia e chefe da base serrana era o deputado caxiense Germano Rigotto.

Treze pessoas ouvidas pela CPI apontaram Lindomar como "o verdadeiro gerente das negociações" com os dois consórcios, agilizando em apenas oito dias a burocracia que se arrastava havia meses. Os contratos nº 1.000 e nº 1.001 foram assinados em dezembro numa solenidade festiva no Palácio Piratini pelo governador e pelo secretário. Logo após a assinatura, pagamentos foram antecipados, contrariando as normas explícitas baixadas por Simon para vigiar de perto as contas da estatal.

Eram documentos de alta voltagem financeira de uma estatal quase falida.
Tanto que a CEEE teve que recorrer três meses depois a um empréstimo de 50 milhões de dólares do Banco do Brasil, dinheiro captado por sua agência no paraíso fiscal de Nassau, nas ilhas Bahamas. Apesar da importância em dinheiro, o presidente da estatal, Osvaldo Baumgarten, e o secretário de Minas e Energia confessaram candidamente na CPI que não leram a papelada que assinaram. "Eu não tinha condições de ler todos os contratos firmados pela CEEE", defendeu-se Alcides Saldanha, mais tarde ministro dos Transportes do governo Fernando Henrique Cardoso.

Uma investigação da área técnica da CEEE percebeu que havia problemas na papelada - documentos adulterados, folhas numeradas a lápis, licitação sem laudo técnico provando a necessidade da obra. Em fins de 1989, Rigotto decidiu sair para cuidar da "iniciativa privada", dividindo o controle com o irmão Julius do Ibiza Club, uma rede de quatro casas noturnas no Rio
Grande e Santa Catarina. A sindicância interna na CEEE recomendou a revisão dos contratos, mas nada foi feito.

Conluio e papelão

A recomendação chegou ao governo seguinte, o de Alceu Collares (PDT) e à sucessora de Saldanha na secretaria de Minas e Energia, chamada Dilma Rousseff. Ela ficou eletrificada com o que leu: "Eu nunca tinha visto nada igual", diria Dilma, pouco depois de botar o dedo na tomada e pedir uma nova investigação. Ela não falou mais no assunto porque, em nome da santa governabilidade, o PDT de Collares precisava dos votos do PMDB de Rigotto para aprovar seus pleitos na Assembléia. Mesmo assim, antes de deixar a secretaria, em dezembro de 1994, Dilma Rousseff teve o cuidado de encaminhar o resultado da sindicância para a Contadoria e Auditoria Geral do Estado (CAGE), que passou a rastrear as fagulhas da CEEE com auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério Público.

O tamanho apurado da fraude tinha níveis de tensão diferentes em reais ou dólares, mas dava o mesmo choque: 65 milhões de dólares segundo a CAGE, ou 78,9 milhões de reais de acordo com o Ministério Público.

O deputado Vieira da Cunha, hoje líder da bancada do PDT na Câmara Federal, propôs em 1995 a CPI que jogaria mais luzes sobre a fraude na CEEE. Vinte e cinco auditores quebraram sigilos bancários, fiscais e patrimoniais dos envolvidos. Em 13 depoimentos, Lindomar Rigotto foi apontado como a figura central do esquema, acusação reforçada pelo chefe dele na CEEE, o diretor- financeiro Silvino Marcon. A CPI constatou que os vencedores, gerenciados por Rigotto, apresentaram propostas "em combinação e, talvez, até ao mesmo tempo e pelas mesmas pessoas". Os dois consórcios apresentaram propostas para dois subconjuntos, B1 e B2.

O JÁ de Elmar Bones lembrou:

"Apurados os vencedores, constatou-se que o consórcio Sulino venceu todas as subestações do grupo B2 e nenhuma do B1. Em compensação, o Conesul venceu todas as obras do B1 e nenhum do B2. A diferença entre as propostas dos dois consórcios é de apenas 1,4%".

A CPI foi ainda mais chocante:

"É forçoso concluir pela existência de conluio entre as empresas interessadas que, se organizando através de consórcios, acertaram a divisão das obras entre si, fraudando dessa forma a licitação".

A quebra de sigilo bancário de Rigotto revelou em sua conta um crédito de 1,170 milhão de reais, de fonte não esclarecida. O diretor Silvino Marcon justificou à CPI os 156 mil reais encontrados em sua conta particular como sendo "sobras da campanha de 1986".

O relatório final da CPI caiu nas mãos de outro caxiense, que não poupou ninguém, apesar do parentesco. O petista Pepe Vargas, que foi prefeito de Caxias e hoje é deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, é primo de Lindomar e Germano Vargas Rigotto. "De tudo o que se apurou, tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto", escreveu o primo Pepe no relatório final.

Pela primeira vez, entre as 139 CPIs criadas no estado do Rio Grande do Sul desde 1947, eram apontados os corruptos e os corruptores. Além de Lindomar Rigotto e outras 12 pessoas, a Assembléia Legislativa gaúcha aprovou o indiciamento pela CPI de 11 empresas, sem poupar nomes poderosos como os da Alstom, Camargo Corrêa, Brown Boveri, Coemsa, Sultepa e Lorenzetti. As 260 caixas de papelão da CPI foram remetidas no final de 1996 ao Ministério Público, transformando-se no processo n° 011960058232 da 2ª Vara Cível da Fazenda Pública em Porto Alegre. Os autos somam 30 volumes e 80 anexos e envolvem 41 réus - 12 empresas e 29 pessoas físicas. E tudo isso corre em segredo de Justiça.

Coisa de mãe

Essa história incrível, contada sem peias pelo jornal nanico de Elmar Bones, parece também um segredo de imprensa. Nenhum dos grandes veículos de comunicação do Rio Grande do Sul recontou o caso, o mais vultoso entre os 200 processos abertos pelo Ministério Público nos últimos 15 anos. Menos atenção ainda provocaram as duras reações judiciais da família Rigotto, que podem matar o único jornal que se atreveu a jogar luz sobre a milionária treva financeira que se abateu sobre a CEEE.

O ex-governador Germano Rigotto costuma apregoar aos amigos suas boas relações com os dois maiores grupos de mídia do Rio Grande - a Caldas Júnior (jornal Correio do Povo, rádio Guaíba e Rede Record) e a RBS (jornal Zero Hora, rádio Gaúcha e rede RBS, retransmissora da Globo). Isso não impediu, porém, que a brava Julieta Vargas Rigotto processasse a TV-COM, o canal comunitário da RBS, por ter classificado a morte do filho Lindomar na praia como "queima de arquivo". Ela ganhou na Justiça, em 2003, o direito de receber 150 salários mínimos, com juros, pela ofensa que remetia o fim violento do filho à morte da garota e aos curtos-circuitos contábeis da CEEE.

Quando perguntado diretamente sobre o absurdo dessa situação, o ex-governador Germano Rigotto refugia-se na saia materna: "Não tenho nada a ver com isso. É coisa da minha mãe", manda dizer o irmão do réu central da maior fraude da história gaúcha, escapulindo da responsabilidade de um caso de marcantes implicações políticas, não filiais.

Diante da primeira ação de dona Julieta na Justiça, o promotor Ubaldo Alexandre Licks Flores rebateu o pedido de processo, em novembro de 2002:

"[não houve] qualquer intenção de ofensa à honra do falecido Lindomar Rigotto. Por outro lado é indiscutível que os três temas [a CEEE e as duas mortes] estavam e ainda estão impregnados de interesse público".

Duas semanas depois, a juíza Isabel de Borba Luca, da 9ª Vara Criminal de Porto Alegre, deu a sentença que absolvia Bones:

"(...) analisando os três tópicos da reportagem conclui-se pela inexistência de dolo (...) em nenhum momento tem por intenção ofender (...) não se afastou da linha narrativa (...) teve por finalidade o interesse público".

Em agosto do ano seguinte, por unanimidade dos sete votos, os desembargadores do Tribunal de Justiça negaram o recurso da bravíssima dona Julieta. E o caso foi encerrado na área criminal.

Andou e prosperou, porém, na área cível. Em dezembro de 2003, o relatório do desembargador Luiz Ary Vessini de Lima transbordava emoção:

"Não há como afastar a responsabilidade da ré pelas matérias veiculadas, que atingiram negativamente a memória do falecido, o que certamente causou tristeza, angústia e sofrimento à mãe do mesmo (...)".

E assim acabou condenado o JÁ e seu editor, que recorda ao Observatório da Imprensa a falta de simetria do processo atual e da cadeia que levou pela publicação de documentos da repressão antiguerrilha.

Fala Elmar Bones:

"A sentença que nos condenou, agora, é uma piada. O processo de 1980 era um absurdo só explicável num regime ditatorial. Os ditos `documentos sigilosos´ eram relatórios de campo sobre ações do Exército no combate à guerrilha, narrando fatos ocorridos já havia mais de dez anos e que só tinham importância porque, na época em que se deram, a censura não permitiu que fossem noticiados. Essa ação de agora é mais absurdo ainda porque estamos em pleno regime democrático e a Justiça não conseguiu apontar nenhum erro ou inverdade na reportagem sobre o assassinato de Lindomar Rigotto. Nosso objetivo com ela era mostrar que Lindomar, assassinado em circunstâncias duvidosas, era o principal implicado em dois outros crimes não esclarecidos - a morte de uma prostituta e o desfalque na CEEE, o maior já ocorrido no Sul e que está encoberto pelo segredo de Justiça. Há 14 anos foram apontados os corruptores e os corruptos e até agora ninguém foi punido. Só o JÁ está pagando o pato."

Voltar ou morrer

Na terça-feira (24/11) em que se divulga a edição nº 565 deste Observatório completam-se 116 dias de censura sobre o jornal O Estado de S.Paulo, impedido por decisão de um juiz amigo e camarada do senador José Sarney de publicar os dados oficiais da "Operação Boi Barrica", da Polícia Federal, que investigou seu filho, o empresário Fernando Sarney, flagrado em grampos telefônicos e conversas que induzem ao tráfico de influência no setor público. "Não tenho nada a ver com isso. É coisa do meu filho", diz o presidente do Senado Federal.

Na mesma terça-feira completam-se 112 dias que um perito da Justiça devassa, lá dentro da Redação, as contas do jornal JÁ para garantir a indenização de dona Julieta Rigotto, que se diz caluniada pela mera repetição de detalhes escabrosos na gestão do dinheiro público de uma estatal gaúcha, sob responsabilidade de seu finado filho, Lindomar, revelados numa CPI e acolhidos pelo Ministério Público. "Não tenho nada a ver com isso. É coisa da minha mãe", diz o ex-governador Germano Rigotto, virtual candidato do PMDB ao Senado em 2010.

Assim, sujeitos ocultos de ações legais de mães e filhos que ferem a liberdade de expressão e afrontam a verdade, o ex-governador Rigotto e o senador Sarney imaginam furtar-se de suas responsabilidades políticas e éticas. No caso do Estadão, rijo e forte aos 134 anos de vida, não se teme por sua saúde e sobrevivência, já que tem os meios para derrubar, cedo ou tarde, a restrição absurda que se abate sobre ele. Quanto ao JÁ, jornal nanico de Porto Alegre, o caso inspira cuidados e graves temores sobre suas reais chances de sobrevida. O único alento, até agora, é o fato de que o recurso do JÁ ao Supremo Tribunal Federal caiu nas mãos do implacável
ministro Joaquim Barbosa, um juiz que dá esperança e fôlego até aos moribundos desenganados pela ciência e pela lei dos homens.

Elmar Bones revela seu desalento no título do editorial ("Voltaremos. Ou não?") da edição extra do JÁ que desembarca esta semana nas bancas com a foto de um mascarado de terno e gravata e uma manchete acabrunhante na primeira página: "O RIO GRANDE CORRUPTO. Escândalos sucessivos abalam o mito do `Estado mais politizado do Brasil´".

Bones adverte no editorial de tom sombrio:

"Pela primeira vez em quase 25 anos, não podemos garantir aos leitores que o jornal JÁ voltará a circular. (...) Um pequeno jornal condenado por `dano moral´ numa ação movida pela família de um político influente, ex-governador do Estado, num mercado em que as maiores agências de publicidade têm contas do governo. (...) Quanto perdemos no mercado publicitário? (...)
Voltaremos!
Ou não?"

Ninguém sabe ainda responder. Se o JÁ não voltar, não será mais um jornal a morrer, diante do silêncio inexplicável de alguns, da omissão de muitos, da complacência de todos nós. A morte iminente de um jornal como o JÁ - somado ao desalento de um jornalista como Elmar Bones - é um fundo golpe nas convicções de todos que acreditam nos fundamentos da democracia, da justiça, da verdade e de uma imprensa livre. A limpa folha corrida do jornal de Porto Alegre e a digna biografia de resistência de seu editor não merecem ser comparados com o prontuário de alguns dos homens públicos que hoje nos representam, julgam e governam.

Em qualquer país sério do mundo, o clamor da sociedade se levantaria já, agora, imediatamente, em defesa de um pequeno jornal, punido apenas por ser correto, preciso, exemplar e corajoso. A inacreditável saga de resistência de Elmar Bones, que precisa fazer agora na democracia o que antes fazia na ditadura, mostra que perdemos algo intangível, irremediável neste rito de passagem. Perdemos a vergonha na cara.

Precisamos decidir se morreremos juntos com o JÁ. Ou se voltaremos com ele.
Agora. Já.

sábado, 5 de dezembro de 2009

PROFESSORES DA REGIÃO APROVAM INDICATIVO DE GREVE

Na ultima sexta-feira em assembléia geral do 23º Nucleo do Cpers- Centro de Professorese do Rio Grande do Sul- com duzentas e três professores presentes foi aprovado o indicativo de greve da categoria a partir do dia 15 de Dezembro, e uma chamada extra, na Assembléia Regional do 23º Núcleo do CPERS/Sindicato. Também foi aprovado visita às escolas, inserção aos meios de comunicação para dar entrevistas a respeito da situação que vivem os trabalhadores em educação, ações regionais com os demais servidores estaduais, utilização dos espaços democráticos das Câmaras de Vereadores de Quaraí e Rosário do Sul, plenárias com integrantes das comunidades escolares para esclarecimentos a respeito do movimento dos funcionários públicos. Além disto foi deliberado pressão aos Deputados.
A categoria debateu os projetos do Governadoro Yeda, repudiando-os e fortaleceu a idéia de que agora todos devem ter como foco exclusivo a unidade e a defesa das conquistas históricas dos funcionários públicos.Segundo o professor Juca Sampaio, diretor do 23º Nucleo do Cpers/Sindicato, "o Governo Yeda, do alto de sua prepotência quer retirar dos servidores direitos e utiliza o argumento contraditório de que vai gastar mais para pagar menos".

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A BARRAGEM SUPERFATURADA DO GOVERNO YEDA

“A barragem do arroio Jaguari (em Lavras do Sul) custará muito mais do que foi anunciado pelo governo do estado. Isto faz com que seus enormes impactos ambientais, somados ao desperdício de dinheiro público, constituam-se em uma enorme afronta aos contribuintes, ao povo gaúcho, e aos proprietários que serão inundados por seu reservatório. Os custos serão aumentados por conta de problemas de estabilidade da fundação e pelo custo de um canal de adução que transportará a água aos seus usuários finais, irrigantes de arroz na maior parte”.

A avaliação é do engenheiro Antônio Eduardo Lana, em seu blog Notícias do Pampa. Formado em Engenharia Civil pela UFRJ, mestre em Hidrologia Aplicada pela UFRGS e Ph.D na área de planejamento e gestão de recursos hídricos pela Colorado State University (EUA), Lana diz que a inadequação do local em que está sendo implantada a barragem, devido a problemas de fundação era amplamente conhecida no meio técnico gaúcho.

O terreno é formado por rochas fraturadas, intercaladas com bolsões de areia. Por falta de sondagens mais detalhadas, que não foram realizadas para subsidiar a escolha do local e do projeto, constata-se agora o que era esperado: a consolidação desta fundação tem custo orçado em R$ 35 milhões. Isto decorre da necessidade de serem administradas injeções de concreto para consolidar as fraturas existentes nas rochas.Tudo pela incompetência dos promotores da obra, que não usaram das técnicas disponíveis, na urgência de “tocar o projeto de qualquer jeito”.

Como a barragem tem seu preço orçado em R$ 85 milhões, diz ainda o engenheiro, os R$ 35 milhões adicionais representam 41% do orçamento e, pela legislação, não podem ser cobertos por aditivo de preço ao contrato, com aporte de recursos da parte que verdadeiramente a financia: o governo federal. “A legislação limita a 25% os aditivos de preço, algo em torno de R$ 13 milhões. Caberá ao Estado buscar cerca de R$ 22 milhões de recursos próprios para investir na obra, caso o governo federal aceite aportar a parte adicional. Mais do que era previsto originalmente como contrapartida do Estado!”, acrescenta.

O engenheiro relata ainda que o Secretário Extraordinário de Irrigação e Usos Múltiplos da Água, anunciou em reunião recente no Comitê da Bacia do rio Santa Maria, que o canal revestido que deverá ser construído para levar a água da barragem às áreas de irrigação de arroz que serão beneficiadas, terá custo da ordem de R$ 100 milhões. Ou seja, maior que o custo inicialmente orçado da barragem. Ele questiona:

“Cabe perguntar se é lícito que o dinheiro dos contribuintes seja usado para implantação de um canal que vai aduzir água para um pequeno número de irrigantes, privatizando assim recursos públicos. Em um país e em um Estado verdadeiramente sério, este investimento deveria correr por conta dos seus beneficiários diretos. Contudo isto nunca ocorrerá por uma razão muito simples: o que o arroz irrigado gerará de receita não é suficiente nem para pagar os R$ 85 milhões da barragem, menos ainda os R$ 100 milhões do canal, e muito menos ambos os investimentos”.

E resume a conta do desperdício de recursos públicos - até agora

1. Custo originalmente anunciado da barragem do Jaguari: R$ 85 milhões;
2. Custo da consolidação das fundações: R$ 35 milhões;
3. Custo do canal: R$ 100 milhões;
4. Total estimado da obra, até agora: R$ 220 milhões

A Polícia Federal indiciou o secretário estadual de Irrigação, Rogério Porto, no inquérito que apura tentativa de fraude no processo de licitação para a construção das barragens de Jaguari e Taquarembó.

Foto: Antônio Paz/Palácio Piratini

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

JORNALISMO IRRESPONSÁVEL

Por Luís Nassif

Watergate tinha dois repórteres espertos – Bob Woodward e Carl Bernstein – e um editor memorável – Ben Bradlee – que filtrava todas as informações e só permitia a publicação daquelas confirmadas por pelo menos três fontes. Até hoje Bradlee é um dos símbolos do bom jornalismo e exemplo para jornalistas de todas as partes do mundo. O caso Watergate foi citado pelo comentarista Ronaldo Bicalho e ressalta a importância da apuração jornalística.

O escândalo divulgado pela Folha na sexta-feira – um artigo de um dissidente do PT, César Benjamin – acusando Lula de ter currado um militante do MEP no período em que esteve preso no DOPS, é um dos mais deploráveis episódios da história da imprensa brasileira. E mostra a falta que fazem pessoas da envergadura de Bradlee.

***

Qualquer acusação, contra qualquer pessoa, exige discernimento, apuração. Quando o jornal publica uma acusação está avalizando-a.

Quando a acusação é gravíssima e atinge o Presidente da República – seja ele Sarney, Itamar, FHC ou Lula – o cuidado deve ser triplicado, porque aí não se trata apenas da pessoa mas da instituição. Qualquer acusação grave contra um Presidente repercute internacionalmente, afeta a imagem do país como um todo. Se for verdadeira, pau na máquina. Se for falsa, não há o que conserte os estragos produzidos pela falsificação.

***

A acusação é inverossímil.

Na sexta conversei com o delegado Armando Panichi Filho, um dos dois incumbidos de vigiar Lula na cadeia. Ele foi taxativo: não só não aconteceu como seria impossível que tivesse acontecido.

Lula estava na cela com duas ou três presos. A cela ficava em um corredor, com as demais celas. O que acontecesse em uma era facilmente percebida nas outras.

Havia plantão de carcereiros 24 horas por dia. E jornalistas acompanhando diariamente a prisão.

Não havia condições de nenhum fato estranho ter passado despercebido. Panichi jamais ouviu algo dos carcereiros, dos presos, dos jornalistas e do delegado Romeu Tuma, seu chefe.

***

Benjamin não diz que Lula cometeu o ato. Diz que ouviu o relato de Lula em 1994, em um encontro que manteve em Brasília com um marqueteiro americano, contratado pela campanha, mais o publicitário Paulo de Tarso Santos e outras testemunhas.

Conversei com Paulo de Tarso – que já fez campanha para FHC, Lula – que lembra do episódio do americano mas nega que qualquer assunto semelhante tivesse sido ventilado, mesmo a título de piada. E nem se recorda da presença de Benjamin no almoço.

***

E aí se chega à questão central: com tais dados, jamais Ben Bradlee teria permitido que semelhante acusação saísse no Washington Post.

Antes disso, colocaria repórteres para ouvir as tais testemunhas, checaria as informações com outras fontes, conversaria com testemunhas da prisão de Lula na época. Praticaria, enfim, o exercício do jornalismo com responsabilidade.

A Folha não seguiu cuidados comezinhos de bom jornalismo. Não apenas ela perde com o episódio, mas o jornalismo como um todo.

É importante que leitores entendam: isso não é jornalismo. É uma modalidade especial de deturpação da notícia que os verdadeiros jornalistas não endossam.

Nota do Viomundo: Este site insiste. Irresponsável é pouco. Irresponsável pode ser por descuido. Mas não foi. Houve protestos internos na Folha contra a publicação do artigo de César Benjamin. Qualquer estagiário sabe que uma grande empresa jornalística não publica acusações antes de ter certeza do que está fazendo, especialmente por causa de ações na Justiça. A Folha sabia o que estava fazendo. A Folha planejou a publicação. Quanto ao argumento do ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva de que não analisa artigos opinativos, como se coubesse qualquer coisa neles, a pergunta que se deve fazer é: e se um articulista da Folha escrevesse que o dono do jornal cheira cocaína, por exemplo, um óbvio absurdo? Sairia primeiro e seria apurado e desmentido depois?


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A FOLHA NOTICIOU PROXIMIDADE ENTRE SERRA E ARRUDA

E para que não pairem duvidas sobre a proximidade e o encaminhamento da aliança entre Serra e Arruda, leiam o texto publicado na Folha de São Paulo, há um mês.

28/10/2008 - 18h47
Serra, do PSDB, e Arruda, do DEM, ensaiam aliança para 2010, em Brasília

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

Em nome de uma parceria técnica destinada à melhoria de moradias populares, os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB), e do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM) sinalizaram nesta terça-feira a eventual aliança política para 2010. Ambos trocaram elogios mútuos na presença de líderes nacionais dos dois partidos políticos.

A justificativa oficial para o encontro dos dois governadores e das demais autoridades foi a assinatura de um convênio técnico para cooperação em habitação popular. O objetivo é executar programas de regularização fundiária, urbanização e capacitação profissional.

Mas na prática Arruda e Serra indicaram que a união entre os dois e seus partidos está evoluída. O governador do Distrito Federal brincou que estava "copiando" um projeto do colega de São Paulo.

"Estamos copiando o que deu certo, já copiei experiências do Paraná, que deram certo. Algumas experiências de Minas Gerais e agora essas experiências de São Paulo, só tenho a agradecer ao governador Serra", disse Arruda --único governador do DEM. Serra retribuiu afirmando que o "que é bom deve ser copiado".

Oficialmente, ambos desconversaram sobre a possibilidade de aliança tendo Serra como cabeça de chapa e Arruda, na vice. A opção foi partir para um discurso diplomático e nada agressivo inclusive ao tratar da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), nome apontado como candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua sucessão.

"Não estou especulando para 2010", afirmou Serra, esforçando-se para escapar das perguntas sobre sua candidatura para presidente da República. "O fundamental agora é tratar do governo do Estado", disse ele.

Segundo o governador, ainda é cedo para dar início à campanha presidencial. "São dois anos. Ainda falta muito tempo. O que a gente tem de fazer é administrar da melhor forma possível [o Estado de São Paulo] e de tal forma que dê certo", afirmou ele.

A cerimônia, na qual Serra e Arruda estavam presentes, também participaram dela os ex-ministros Eduardo Jorge (PSDB), Pimenta da Veiga (PSDB) e José Jorge (DEM), além do presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).


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NOME FORTE PARA SER VICE DE SERRA FLAGRADO RECEBENDO PROPINA


Por Jussara Seixas ( Publicado no Blog da Dilma)

Bem que o TSE avisou o DEM é o partido mais corrupto do Brasil. Está lá no site do TSE o DEM é o partido com mais políticos cassados por corrupção, maracutaias, compra votos, e até assassinatos, Hildebrando Motoserra Pascoal que o diga.Fora os remanescentes da ditadura militar que se alojam no DEM ex PFL. O Jorge Bornhausen presidente de honra do DEM, amigão de FHC e Serra, disse em 2005 que iria acabar com o PT. Inventaram mentiras, factóides, criaram CPIs do fim do mundo, usaram toda as técnicas de baixaria imaginável. O motivo derrubar o presidente Lula, tirar o governo do PT do poder, que estava beneficiando muito o povo brasileiro, principalmente os mais pobres, os mais necessitados. O DEM ex PFL foi minguando nas eleições de 2006, 2008, tornou-se um partido nanico. Rabo do PSDB, está em fase terminal, está sendo palco de corrupção explicita, nunca vista antes neste país. Demos emplumados, e seus parceiros do PPS entre outros, envolvidos de corpo inteiro em corrupção sem precedente. E agora Agripino Maia, Heráclito Fortes, Efraim de Morais, Kátia Abreu, Aceminho, Rodrigo Maia, Caiado, e o poderoso do DEM Bornhausen, vão pedir CPI? Vão investigar todos os corruptos do DEM? E o Arruda vai cair calado, ou vai abrir o bico e entregar o resto da corja? O importante é que o DEM que tanto mal fez e faz ao Brasil, acabou, já era, foi. Arruda o escolhido para ser vice do Serra desabou, já era. O castelo de areia desta vez desmoronou na cabeça deles!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FUNCIONARIOS DO TCE PRESSIONAM JUSTIÇA C ONTRA INDICAÇÃO DE MARCO PEIXOTO

Josmar Leite | josmar.leite@rdgaucha.com.br

Auditores e técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) entregaram na tarde desta sexta-feira ao Ministério Público Estadual um pedido de investigação contra o deputado progressista Marco Peixoto. Eles ficaram insatisfeitos com o silêncio do parlamentar durante a sabatina de ontem, na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, que referendou a indicação dele para a Corte.

Peixoto foi indicado por 39 parlamentares para assumir a vaga deixada por João Luiz Vargas, em razão de sua aposentadoria, no TCE. Durante a arguição realizada na quinta-feira na Comissão de Finanças, o deputado ficou em silêncio e não esclareceu as denúncias divulgadas nas últimas semanas sobre sua relação com indiciados na fraude do Detran.

Os funcionários do Tribunal entregaram o pedido ao procurador de Justiça em exercício, Delmar Pacheco da Luz, pedindo uma investigação contra o deputado. Eles ficaram insatisfeitos com a falta de respostas de Peixoto, principalmente no que diz respeito às gravações divulgadas na CPI da Corrupção.

Nos áudios, Peixoto conversa com Antônio Dorneu Maciel, réu pela frauda do Detran, usando linguagem em códigos, o que, para a oposição, significa acerto de propina. Para o presidente do Centro dos Auditores Externos do TCE, Roberto Sanchottene, o episódio precisa ser escalrecido..

- O deputado teve a oportunidade ontem de se pronunciar para esclarecer a sociedade gaúcha a respeito desses áudios e não o fez. As perguntas ficaram sem resposta, houve um silêncio constrangedor - disse Sanchottene.

Em nota divulgada pela assessoria de imprensa do PP, o deputado se diz vítima de uma das maiores perseguições político-partidárias da história do Estado. A indicação de Peixoto ao TCE foi aprovada por nove votos a dois, após a sabatina de ontem. Na próxima semana, o plenário da Assembleia Legislativa avaliará e votará a indicação.

RÁDIO GAÚCHA

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CAI A MASCARA DO PACOTE: PROFESSORES E BRIGADIANOS NA PRAÇA DA MATRIZ

Os professores estaduais ganham hoje o apoio dos brigadianos na vigília mantida na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, contra o pacote da governadora Yeda Crusius (PSDB) para os servidores públicos. Na manhã desta quarta, os professores entregam aos deputados um abaixo assinado, com mais de 40 mil assinaturas, em defesa dos planos de carreira da categoria. Os deputados recebem também um ofício solicitando uma tomada de posição frente aos projetos do governo tucano. “Os deputados terão que dizer se estão do lado da destruição de direitos e dos serviços públicos ou do lado dos trabalhadores e de seus direitos”, diz o CPERS Sindicato.

Ontem à noite, dirigentes das entidades representativas da base do serviço público estadual decidiram realizar um ato unificado de todas as categorias na próxima terça-feira, dia 1° de dezembro. O protesto será realizado a partir das 10 horas, na Praça da Matriz, e pedirá a retirada do “pacote de bondades” do governo da Assembléia Legislativa.

Na avaliação do presidente do sindicato dos policiais civis (Ugeirm), Isaac Ortiz, “o pacote da Yeda é uma bomba para as carreiras dos servidores. “Termina com nossas principais garantias. Acaba com triênios, com as promoções por antiguidade, única forma séria de avanço na carreira. Houve unanimidade de entendimento entre todas as entidades. Não há como aceitar isso, é fim da carreira policial e do servidor público. Precisamos também da força dos aposentados nesse protesto. É preciso retirar esse pacote”.

As entidades pretendem pressionar os parlamentares para que a governadora recue no intento de destruir as carreiras do serviço público. A lembrança do prejuízo eleitoral em 2010, avaliam, será a única forma de “sensiblizar” a base aliada de Yeda na Assembleia. Na reunião de ontem, estavam presentes, além da Ugeirm, representantes da área da segurança pública (ASSTBM, Abamf, Amapergs), além do Cpers, Sindicaixa, Sindsepe e Simpe, que integram o Fórum de Servidores Públicos.

Ontem, os brigadianos aprovaram indicativo de greve e a unificação das ações juntamente com outras categorias do funcionalismo. Na semana passada, uma assembléia do CPERS também aprovou indicativo de greve. O conselho de representantes da Ugeirm também tomou essa decisão, ainda no dia 16 de outubro.

Uma das principais críticas dos servidores contra o “pacote de bondades” de Yeda é o aprofundamento do abismo salarial. O governo decidiu negociar apenas com os altos salários, aprofundando o abismo que existe dentro do próprio Executivo. Assim excluíram os agentes policiais do reajuste de 24% - afinal, segundo a Asdep (Associação de Delegados), nós tivemos 170% de reajuste nos últimos 12 anos”, diz a Ugeirm.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

MAIOR MÉRITO DO SUS É A EXTINÇÃO DO INDIGENTE DA SAÚDE

Por Fátima Oliveira, em O Tempo

Médica - fatimaoliveira@ig.com.br



Graças à santíssima ignorância por falta de memória, alguns riram quando Lula aconselhou Obama a fazer um Sistema Único de Saúde (SUS), que universaliza o acesso à saúde às expensas dos três níveis de governo, sob o lema: "Saúde é direito de todos e dever do Estado", baseado no tripé: universalidade, integralidade e equidade.

Os nós operacionais no SUS devem ser debitados não ao princípio do acesso universal, mas aos gestores locais (Estados e municípios), responsáveis pela concretização do direito à saúde, que em sua maioria não valem o que o gato enterra, muito menos o chão em que pisam. São fatos: espera longa para consultas de especialidades, internações e cirurgias eletivas, e nem sempre há "vaga" no SUS para internações indicadas em urgência, o que explica os pronto-socorros entupidos, extrapolando os limites da segurança.

Há meios legais de obrigar o gestor local do SUS a cumprir a lei, diferentemente do que ocorre na dita maior democracia do mundo, os Estados Unidos, que negam acesso universal e nem se queixar ao bispo é permitido. Morrer à míngua pode. Lá é cruel. A atenção à saúde nem é um direito, pois é uma sociedade que tem o individualismo como lastro moral e cultural secular; e no inconsciente coletivo é natural que cuidar de si é dever de cada um até na doença, não cabendo ao Estado garantir direitos sociais via políticas públicas universais.

Há apenas dois programas públicos de saúde: o Medicaid, que atende "pobre, pobre, pobre de marré deci", e o Medicare, para idosos e algumas deficiências. Nos EUA, há mais de 47 milhões de "sem-seguro" e 12 milhões não são aceitos pelas seguradoras por doenças pré-existentes, totalizando cerca de 60 milhões de indigentes da saúde!

Atenção à saúde como direito foi a mais cara bandeira do senador Ted Kennedy. Um modelo SUS, proposto em 1993 no governo Clinton, foi detonado pelas companhias de seguros de saúde, alegando ser "um modelo de saúde comunista que acabaria com a liberdade do povo". A proposta original de Obama, um seguro público de saúde, foi estraçalhada pelas companhias e pelos republicanos, que acham a "opção pública" uma ingerência do governo no setor privado que não melhorará o cuidado, não reduzirá custos e nem o déficit fiscal. Em 13.10 e em 21.11 passados, Câmara e Senado aprovaram o debate sobre a "reforma da saúde". Resultado da ópera? Acesso universal é heresia.

Quem, num lapso de insanidade, vai para os EUA sem seguro-saúde ou sem posses; e quem mora lá e não possui um, se adoece, pratica roleta russa. A maioria das empresas oferece seguros para os empregados, que pagam parte do custo. Quem não tem emprego, ou paga seguro ou custeia seu tratamento, que é caríssimo, pois os serviços de saúde são quase 100% privados, pesadamente tecnologizados e praticam uma medicina defensiva, que encarece custos de modo exorbitante.

Trocando em miúdos: o sistema de saúde dos EUA é, como dizia o meu avô, nos moldes do vale o que possui: "Quem tem um barraco, um cavalo, um jegue ou um cabrito, quando adoece vale um barraco, um cavalo, um jegue ou um cabrito!". Na era pré-SUS no Brasil, quem não possuía barraco ou bicho pra vender e "se tratar" era tipificado indigente, foco da caridade das antigas santas casas, ou morria à míngua. O SUS acabou com a figura do indigente da saúde, mudando radicalmente 500 anos da história do Brasil, quando o doente valia o que possuía. Foi este paradigma cruel que o SUS mudou na vida do nosso povo e que Lula recomendou a Obama na maior moral.


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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

PARA QUE NÃO PAIREM DUVIDAS.GOVERNO LULA MUITO MELHOR DO QUE O DE FHC

Keila Santana, Direto de Brasília, no Terra

A pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda feira traz uma comparação entre a percepção dos entrevistados sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para 76%, os sete anos do governo Lula são melhores que os oito anos da era FHC, 10% acreditam que Fernando Henrique foi melhor e 11,1% afirmaram que os dois governos são iguais. A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 16 e 20 de novembro e entrevistou 2 mil pessoas. A margem de erro é de 3%.


Segundo Clésio Andrade, a candidata do governo começa a estimular a guerra eleitoral, crescendo nas simulações e se favorecendo da avaliação negativa da imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

"O Serra cai em função do apoio do Fernando Henrique, que fala em nome dele, independente dele querer ou não. O apoio ostensivo de FHC é prejudicial", disse Clésio Andrade, presidente da CNT.

Nas simulações para as eleições de 2010, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), continua liderando as intenções de votos em todas as listas em que o nome dele é incluído, mas apresenta queda nos percentuais de primeiro e segundo turnos.

"Ao longo dos últimos 12 meses, Serra perdeu 15 pontos nas intenções de voto", disse Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. Na primeira lista que inclui todos os prováveis candidatos à presidência da República, José Serra aparece com 31,8%, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), com 21,7%, o deputado federal Ciro Gomes (PSB)tem 17,5% das intenções de votos e a senadora Marina Silva (PV) apresenta 5,9%.


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terça-feira, 17 de novembro de 2009

VERDADES SOBRE O CENSO AGROPECUÁRIO



Por Guilherme Cassel*

O Censo Agropecuário 2006, divulgado há algumas semanas pelo IBGE, esclarece muito sobre o meio rural brasileiro e joga luz sobre quem é quem no rural do Rio Grande do Sul. Há muito sabemos que a agropecuária tem valor significativo na economia gaúcha. Conforme estudo da Fipe/USP, 55% do PIB gaúcho vem deste setor. Mas também há muito tempo persiste entre nós a ideia de que essa é uma produção “dos grandes”, daqueles que têm mais terra, mais dinheiro, mais acesso a novas tecnologias e que produzem grãos para a exportação.
Os dados do Censo mostram o quanto é errada essa percepção. Agora, sabemos que 86% dos estabelecimentos rurais gaúchos são da agricultura familiar (estabelecimentos com até quatro módulos fiscais, ou seja, no caso do RS, no máximo 160 hectares), que esses estabelecimentos ocupam 992.088 pessoas (81% das pessoas ocupadas no campo) e que ela participa com 54% do valor bruto da produção, mesmo ocupando apenas 31% da área agricultável. Com mais clareza: a agricultura familiar no RS é mais produtiva que a chamada agricultura “dos grandes”. Se compararmos os indicadores de produtividade por hectare, isto fica ainda mais claro: R$ 1.462/ha/ano na agricultura familiar contra apenas R$ 547/ha/ano na agricultura de escala. Ou seja, no Rio Grande do Sul, a agricultura familiar é 67% mais produtiva. Outra informação importante: a agricultura familiar ocupa 16,1 pessoas para cada cem hectares, enquanto o outro modelo ocupa apenas 1,7 pessoa para os mesmos cem hectares.
Os dados do Censo mostram ainda que esta situação se repete em todo o país. No Brasil, a agricultura familiar é 89% mais produtiva que o modelo tradicional e, com apenas 24,3% da área agricultável, participa com 38% do valor bruto da produção.
Realçar esses dados não tem por objetivo alimentar uma falsa polêmica entre dois modelos, o que quase sempre resulta em conflitos estéreis, mas ajudar na construção de um outro olhar sobre o meio rural que temos. É preciso, é justo e é urgente que superemos, de uma vez por todas, o preconceito e a ideia de que só os grandes produzem com qualidade. A realidade é muito diferente e os dados do Censo mostram isto de forma clara e definitiva. A agricultura familiar, no Brasil e no Rio Grande do Sul, produz 70% de todos os alimentos que consumimos no dia a dia, se relaciona melhor com o meio ambiente, ocupa mais gente e é, sim, muito mais produtiva.
Para além de nossas impressões ou ideologias, depois do Censo podemos afirmar, sem medo de errar, que, para o Brasil, quanto mais agricultura familiar, melhor; quanto mais gente no campo, melhor. Ou, como canta o Paulinho da Viola, “as coisas estão no mundo, eu que preciso aprender”.
*Ministro do Desenvolvimento Agrário. Texto publicado orginalmente no Zero Hora.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

"MENSALÃO FOI TENTATIVA DE GOLPE PARA ME DERRUBAR" DIZ LULA

O Presidente Lula disse que o mensalão foi uma tentativa de "golpe" da oposição para derrubá-lo: "Foi uma tentativa de golpe no governo... Foi a maior armação já feita contra o governo", disse ao programa "É Notícia", da RedeTV!, gravado ontem."É Notícia", irá ao ar no domingo (15) às 19h45, na RedeTV!, e será reprisada após a meia-noite.

Lula disse ter "desconfiança" da relação entre o PT e o publicitário Marcos Valério, insinuando armação na aproximação entre o seu partido e Marcos Valério: "Marcos Valério não vem do PT, vem de outras campanhas".

"Depois que eu deixar a Presidência vou querer me inteirar um pouco mais disso, mas, como Presidente, não posso ficar futucando", disse.

Ele disse que nunca recebeu, à época do mensalão, em 2005, uma proposta para desistir de se candidatar à reeleição ou de renunciar, mas afirmou que foi alertado por um interlocutor de que a oposição queria patrocinar o seu impeachment.

A respeito das críticas recentes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em artigo nos jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", nas quais o tucano falava em risco de "subperonismo", Lula disse que seu antecessor é um "poço de mágoas" e que tem "inveja" dele.

Disse que o PSDB não se conforma de um "peão" fazer um governo melhor que o de FHC. Disse que imagina ainda ter uma relação pessoal de amizade com o tucano, mas que politicamente estão estremecidos.

Lula não quis responder diretamente a um comentário do cantor Caetano Veloso.Lula reagiu com ironia. Disse que a resposta a Caetano ele dera na noite de anteontem, ao colocar um CD de Chico Buarque para ouvir. Chico é seu cantor preferido -os atores são Antonio Fagundes e Fernanda Montenegro.A cantora, Marisa Monte. Ao falar do filme preferido, "Cinema Paradiso", brincou: disse que esperava que o predileto viesse a ser "Lula, o Filho do Brasil", que terá pré-estreia na semana que vem.

Lula disse que a população entendeu sua metáfora da necessidade de fazer alianças para poder governar: "Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".

O Lula disse que a expressão "nunca antes neste país" não seria injusta com governos anteriores porque alguns de seus feitos são inéditos.

No primeiro bloco da entrevista, Lula chorou ao responder qual havia sido o momento mais difícil de sua vida antes das candidaturas presidenciais: falou que foi a morte da primeira mulher, Lourdes, grávida de sete meses, em 1971. O Presidente disse que talvez exagere ao lembrar as qualidades de sua mãe, dona Lindu, mas disse que se lembrava de modo especial.

A entrevista, concedida ao repórter da Folha Kennedy Alencar, que também apresenta o programa semanal "É Notícia", irá ao ar no domingo às 19h45, na RedeTV!, e será reprisada após a meia-noite.

Fonte: Folha de S. Paulo

LIVRAMENTO RECEBERÁ NETO DO GENERAL FLORES DA CUNHA PARA PALESTRA NA ACIL

Por Jango Medeiros

O ministro aposentado do Superior Tribunal Militar, Flávio Flores da Cunha Bierrenback será o palestrante de evento que assinala os 40 anos dedicados à carreira política do ex-governador gaúcho José Antônio Flores da Cunha, falecido há 50 anos. O evento denominado "A Soberania Nacional e a Defesa Histórica da Fronteira Meridional" acontecerá no auditório da Associação Comercial e Industrial de Livramento (Acil) com o apoio do Gabinete da Deputada Emília Fernandes, Fórum das Mulheres do Mercosul, Prefeitura de Livramento, Unipampa, Urcamp e Seccional da OAB/Livramento.

Para a deputafa Emília Fernandes, o encontro terá um caráter histórico e cultural na terra natal do grande jurista, governador, deputado federal e senador da República. O palestrante Flávio Flores da Cunha Bierrenback , neto do lendário Flores da Cunha, começou sua militância política como diretor da UNE em 1963, quando José Serra era seu presidente e Marcelo Cerqueira, o vice. Advogado em 64, procurador em 70, Bierrenbach foi vereador em São Paulo em 76, pelo MDB e em 82 deputado federal do PMDB.

Em 85, foi relator da Comissão Mista do Congresso que aprovou a convocação da Constituinte, proposta por Sarney. Flavio Flores da Cunha Bierrenbach chegou ao STM em janeiro de 2000 nomeado por Fernando Henrique Cardoso e aposentou-se em 16 de outubro passado. Bierrenbach notabilizou-se por denunciar enriquecimento ilícito de José Serra.

Uma das sua afirmações mais contudentes eclodiu na imprensa nacional quando afirmou: "Paulo Maluf foi uma flor que nasceu no lodo da ditadura. O outro, entretanto, poucos conhecem. Engana muita gente. Chama-se José Serra. Entrou pobre na Secretaria do Planejamento do governo Montoro, saiu rico. Fez uma campanha para deputado federal miliardária. Prejudicou a muitos dos seus companheiros. Esses homens têm algo em comum. Uma ambição sem limites. Uma sede de poder sem nenhum freio. E pelo poder eles são capazes de tudo. Usam o poder de forma cruel, corrupta e prepotente”.

O PACOTE DE MENTIRAS E ATAQUES DE YEDA

Regis Ethur e Orlando Marcelino da Silva Filho
Membros da Direção Estadual do CPERS Sindicato


(Publicado no Blog do Juremir Machado-Correio do Povo)


Apesar de não ter apresentado ainda a versão escrita e final de seu projeto, já é possível identificar as novas mentiras e ataques incluídos no pacote do governo Yeda para o funcionalismo. Evidentemente, ainda se trata de uma análise inicial baseada nas poucas informações disponíveis na imprensa. De qualquer forma, é muito importante que em todas as escolas façamos desde já este debate para organizar uma reação imediata e a altura das ameaças que pairam sobre nossa categoria.
Para conseguir que a Assembleia Legislativa aprove as mudanças em nosso plano de carreira, o governo decidiu fazer uma campanha mentirosa de que está valorizando o funcionalismo e aumentando os salários. Vejamos abaixo algumas dessas mentiras.

MENTIRA nº1: “Aumento salarial de 57,9%”
Esta é a mais deslavada e ardilosa mentira do governo. Não há até agora nenhum projeto de reajuste salarial para a categoria. Na verdade, há três anos o governo Yeda mantém os salários congelados, sem repor a inflação e as perdas. O que o novo pacote apresenta é uma elevação do completivo para aqueles que, somando todos os vencimentos e gratificações, ainda assim ganhem menos do que R$ 750,00 (regime de 20 h). Não há nenhum índice de reajuste proposto aos educadores. A imensa maioria da categoria (85% dos educadores), que está nos níveis 5 e 6 da carreira, não deverá ganhar nenhum centavo de aumento mais uma vez!
Também é muito importante salientar que o completivo não incorpora ao salário e será descontado em todos os futuros reajustes salariais da categoria. Portanto, os poucos que viessem a recebê-lo agora com o mentiroso “pacote de bondades”, teriam ainda os seus salários congelados por longos anos.
Além disso, os funcionários de escola, que sequer receberam a Lei Britto, também são excluídos e discriminados mais uma vez pelo governo Yeda.

MENTIRA nº2: “Os direitos adquiridos serão garantidos”
No site do governo, Yeda anuncia que a adesão ao plano não é compulsória nem elimina direitos da categoria. Mais outra enganação! Com a criação de um novo plano de carreira para os futuros concursados, o governo retira de fato direitos que hoje pertencem ao conjunto dos educadores. Este é o maior ataque do governo: quer acabar com o atual plano de carreira dos educadores. Pretende colocá-lo em extinção e retirar do novo plano conquistas importantíssimas como promoções, triênios e os avanços entre os níveis. Dessa forma, o governo reduziria a massa salarial destinada à educação, economizando às custas do empobrecimento ainda maior dos educadores.
Por outro lado, a divisão da categoria e o fim da igualdade de direitos poderão significar também o congelamento de salários dos que não aderirem ao novo plano de carreira. Ou seja, todos sairão perdendo com o fim do atual plano de carreira.

MENTIRA nº3: “Piso salarial passa para R$ 1.500,00”
Quase todos os jornais ajudaram o governo a divulgar outra gigantesca mentira, a de que o salário inicial no magistério será de R$ 1,5 mil (ver capa de ZH do dia 06 de novembro). Ora, qualquer pessoa que não use de má fé sabe muito bem que “piso salarial” ou “salário inicial” referem-se ao vencimento básico de início da carreira de um trabalhador. E que sobre este valor incidirão os avanços e gratificações ao longo dos anos de sua carreira. Todo mundo compreende perfeitamente isto!
Já o governo Yeda, para manter a miséria dos trabalhadores em educação e honrar seus compromissos com o Banco Mundial, quer inventar outro conceito de piso. Quer somar todas as verbas recebidas pelo trabalhador e dizer que este é o piso (ver mentira nº1). Confunde propositalmente piso com teto, tentando passar uma ideia absolutamente mentirosa para a população sobre os salários na educação do RS.
Cabe aqui uma pergunta esclarecedora: se o piso salarial será de R$ 1,5 mil, porque o governo não retira a Ação de Inconstitucionalidade que ingressou no Supremo Tribunal Federal?

MENTIRA nº4: “Servidores irão receber 14º salário”
Com a economia prevista com o fim dos triênios e das promoções por tempo de serviço no novo plano de carreira, o governo quer instituir uma premiação por suposto mérito no desempenho funcional. Yeda anuncia com alarde essa premiação como um 14º salário, enquanto esconde as conquistas que quer retirar do conjunto da categoria. A verdade, no entanto, é outra! O próprio Secretário da Fazenda se encarrega de esclarecer: “Se o Estado não estiver equilibrado, não tem prêmio.” Portanto, o chamado 14º salário não passa de um ridículo abono com critérios incertos e suspeitos. Mais uma jogada mentirosa do governo!
Provavelmente, seguindo a lógica neoliberal do PDE do governo Lula, o governo do estado utilizará essa premiação para instituir a meritocracia e acabar com a gestão democrática e a autonomia pedagógica das escolas. Buscará substituir a solidariedade existente entre os educadores por uma competição individualista a serviço do mercado capitalista.

MENTIRA nº5: “Plano valoriza o serviço público e moderniza a gestão pública”
Bem, esta é a mais difícil de ser engolida! O governo Yeda é um dos mais corruptos da história do RS. Uma verdadeira “quadrilha criminosa” comanda o Palácio Piratini. Durante todos esses anos, os serviços públicos no RS foram dilapidados por este governo e nenhum centavo roubado foi até agora devolvido aos cofres públicos! Nenhum corrupto está preso! Uma relação de compadrio entre o governo, a Assembleia Legislativa e o Judiciário demonstra a cada dia a podridão das instituições no Estado.
Enquanto isso, os filhos dos trabalhadores encontram as escolas públicas abandonadas à própria sorte. As filas nos hospitais demonstram o total descaso com a saúde pública. E por aí vai...
Querer afirmar, como fazem os principais jornais do Estado, que Yeda está valorizando o serviço público e os servidores não passa de mentira e brincadeira de mau gosto!


CHEGA DE ATAQUES AOS NOSSOS DIREITOS!

Este pacote está para ser apresentado à Assembleia Legislativa durante esta semana. Sabemos que se depender apenas da vontade desses deputados, nossa categoria poderá perder o plano de carreira definitivamente. Portanto, é hora de irmos à luta! Precisamos construir uma grande Assembleia Geral no próximo dia 20 de novembro. Vamos lotar o Gigantinho e dar a resposta que este governo merece!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PARA ONDE NÃO VAMOS

CANDIDO MENDES, na Folha


O ex-presidente pergunta-se, indeciso, para onde vamos. Mas as próximas eleições mostrarão para onde não voltamos

O ARTIGO do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (”Para onde vamos”) revigora todo o debate político nacional, tirando as oposições de sua presente e contundente mediocridade. Amplo no propósito e na riqueza polêmica, parte da afirmação de que tudo que é bom no atual governo já veio de antes e que o mal de agora apenas começa.

Há, sim, confronto radical entre os dois regimes, ao contrário do que diz, e os tucanos abriram o país à globalização privatista hegemônica, enquanto o petismo vai hoje, com a melhoria social do país, à recuperação do poder do Estado, numa efetiva economia de desenvolvimento sustentável.

A legislação do petróleo, em projeto que ora assaca ao governo o ex-presidente, quer corrigir os efeitos da emenda constitucional de 1995, que desfigurou o monopólio do petróleo da Carta do dr. Ulysses num regime de concessão que, inclusive, entrega aos exploradores do subsolo nacional “a propriedade” do óleo extraído.

A partilha, sim, é o novo instrumento, nada “mal-ajambrado”, em que volta, por inteiro, ao Estado o direito aos proventos dessa extração, ampliando sua destinação social imediata. Diga-o, agora, a Noruega, o país mais desenvolvido e democrático do mundo, que, exatamente, adotou esse regime nas suas riquezas do mar do Norte, deixando as concessões no cemitério das ideologias liberais capitalistas de há uma vintena.

O governo Lula reassegurou a presença do Estado para a efetiva mudança da infraestrutura, que pede o desenvolvimento, atrasado durante o progressismo liberal do PSDB, como mostravam os primeiros resultados do PAC, a contemplar entre os seus principais beneficiários, inclusive, o governo de São Paulo.

O país não frui ainda, claro, o programa Minha Casa, Minha Vida, mas sabe que o Bolsa Família colocou a população de uma Colômbia na nossa economia de mercado.

Claro, também enfrentamos o risco da absorção corporativa sindical no controle dos recursos públicos.

Mas essa é etapa adiante da página que se virou de vez, ou seja, do retorno ao controle pelo status quo, sob a ideologia social-democrata, de autolimitação do poder do Estado ou da crença dos progressismos espontâneos, sem dor para o país instalado, como professa a oposição a Lula.

O embaraço do tucanato em reconhecer o “entreguismo” dos controles públicos durante o seu governo é o mesmo que o alvoroça a assimilar o governo Lula ao “populismo autoritário peronista”.

São comparações regressivas, que não se dão conta da experiência única da chegada do “outro país” ao poder, contra o desespero da violência dos “sem-nada”, das Farc colombianas ou do Sendero Luminoso, no Peru, e assentou, de vez, uma maioria nacional, consciente de suas opções.

Realizar-se ou não o que seja, hoje, na sua originalidade, o “povo de Lula”, é a diferença entre o Brasil “bem” e o país da mudança.

O petismo não é o justicialismo peronista, e hoje a nossa consciência coletiva supera o próprio partido, na solidez do que não quer para o futuro.

Essa nossa adesão ao novo, aliás, foi adiante, até, da própria legenda e de suas siderações pelas vantagens do poder, nessa matriz de um evento político que torna as futuras eleições tão distintas de uma escolha da hora entre situacionismos cansados e oposições gulosas. E o Brasil potência, tão profligado pelo ex-presidente, é a configuração emergente desse país que sabe que não volta ao berço esplêndido da nação dos ricos.

Mais que a denúncia dos “pequenos assassinatos” a minar “devagarzinho” o espírito democrático, o que entra pelos olhos do Brasil na conduta de Lula é a determinação visceral do governo de não ceder a um terceiro mandato, avassaladoramente acolhível, se assim quisesse o presidente, por emenda constitucional, tal como o governo tucano desfigurou o monopólio do petróleo.

No inverso de Chávez, Lula, no seu gesto, reafirma o essencial da democracia, que é o cumprimento das regras do jogo, no que diga a Carta, por maior que seja o poder da hora de quem está no palácio.

O ex-presidente pergunta-se, indeciso, para onde vamos. Mas as próximas eleições mostrarão para onde não voltamos, tanto quanto a nação de Lula sabe que, no Brasil, é “o povo como povo” intrinsecamente melhor que as suas “elites como elites”.

CANDIDO MENDES , 81, membro da Academia Brasileira de Letras e da Comissão de Justiça e Paz, é presidente do “senior Board” do Conselho Internacional de Ciências Sociais da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e secretário-geral da Academia da Latinidade.

CPERS NÃO ACEITARÁ MERITOCRACIA E ALTERAÇÕES NAS CARREIRAS

A direção estadual do CPERS/Sindicato reuniu-se no final da tarde de quarta-feira 11 com o secretário da Educação, Ervino Deon, para discutir a pauta de reivindicações da categoria e também para cobrar o acesso ao projeto que o governo tem anunciado via imprensa que, se aprovado, mexerá na vida funcional dos trabalhadores em educação.

O secretário não apresentou o projeto, alegando que o mesmo ainda não está finalizado. A direção do sindicato classificou o método usado pelo governo para debater o projeto como equivocado, uma vez que a opção era apresentar o projeto diretamente na Assembleia Legislativa, onde a categoria seria alijada de qualquer discussão.

Os dirigentes sindicais também se mostraram contrários aos pontos do projeto já divulgados. Deixaram claro, por exemplo, que não aceitarão a implantação da meritocracia na educação pública e alterações nos atuais planos de carreira.

O secretário se comprometeu a apresentar, por escrito, o conteúdo do projeto antes de ele ser enviado ao Legislativo. Outro compromisso assumido por Deon é o de realizar uma nova audiência antes de o conjunto das propostas ser encaminhado.

No encontro, porém, ficou evidenciado que o debate m relação às propostas está sendo feito no âmbito das secretarias da Fazenda e do Planejamento.

Já sobre a pauta de reivindicações, o secretário não tinha nenhuma resposta concreta. Sua assessoria, no entanto, disse que “alguns pontos estão fora do alcance da Secretaria”. Para o sindicato, a pauta apresenta pontos específicos para a Secretaria da Educação e outros que envolvem outras secretarias.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O BLOG ADERE A ESTA CAMPANHA



É uma droga como o crack.Viva a criatividade popular.Sem comentários! Nosso blog já esta inserido nesta campanha.Obrigado a amiga e companheira Georgia Stela, a Stelinha, por ter nos enviado a bem humorada,mas verdadeira logomarca.

VOX POPULI:DILMA CRESCE E SERRA CAI




Com informações do Jornal da Band

Pesquisa Vox Populi divulgada nesta terça-feira apontou uma recuperação da pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) e uma queda de José Serra (PSDB) nas intenções de voto para a campanha eleitoral de 2010, em relação a outubro.

Serra está em primeiro lugar, com 36% das intenções de voto. No mês passado, ele tinha 40%. Dilma vem em segundo lugar, com 19%, um aumento de 4% em relação a outubro. Ciro Gomes (PSB) é terceiro colocado, com 13%; Heloísa Helena (PSOL), 6%; e Marina Silva (PV), 3%.

Num segundo cenário, trocando o candidato tucano por Aécio Neves, Dilma aparece em primeiro lugar, com 20% das intenções de voto, tecnicamente empatada com Ciro Gomes, que tem 19%, e com Aécio, 18%. Das pessoas ouvidas, 8% votariam em Heloísa Helena e 4% em Marina Silva.

A pesquisa também perguntou em qual candidato o eleitor não votaria. Aécio Neves é o que tem a menor rejeição, 5% seguido por Ciro Gomes, com 8%. Heloísa Helena foi citada por 10% dos entrevistados; e Marina Silva e José Serra aparecem com 11%. Dilma Rousseff tem a maior rejeição: 12%.

Foram ouvidos 2 mil eleitores em 170 municípios de todos os Estados, menos Acre, Roraima, e Rondônia, entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro. A margem de erro é de 2,4%.

STF DECIDE HOJE SOBRE POSSE OU NÃO DE NOVOS VEREADORES

Senado Federal e Câmara dos Deputados defendem constitucionalidade da Emenda dos vereadores com pedido para Suprema Corte não referendar Medida Cautelar.
Diante das manifestações das duas Casas Legislativas integrantes do Congresso Nacional, que são partes legítimas para defender constitucionalidade e aplicação integral da Emenda Constitucional nº 58 de 2009 (nos termos do artigo 60 da CF), não existem mais impedimentos para o julgamento das ADIs 4307 e 4310, agendado para acontecer nesta quarta-feira dia 11 de novembro a partir das 14 horas.
A Medida Cautelar (ADI 4307 e 4310 apensada) deve ser suspensa porque os efeitos do processo eleitoral são os mesmos: a ordem de classificação ali existente fica mantida.
O idealizador do Movimento dos Novos Vereadores Fábio Persi (PSC/MG) está confiante na anulação da liminar, pois as informações do presidente José Sarney, confirmaram ainda mais o que já foi declarado por Michel Temer.
“Acreditamos num julgamento técnico e jurídico para que a Emenda dos vereadores tenha sua validação integral garantida, sem prejuízos para um trabalho de mais de 5 anos do Congresso Nacional na aprovação dessa matéria”, destacou Persi.
O presidente da Câmara dos Deputados em face ao disposto no artigo 3º, da Constituição Federal, informou que a referida matéria foi processada pelo Congresso Nacional dentro dos mais estritos trâmites constitucionais e regimentais inerentes à espécie.
Já a advocacia geral do Senado Federal, em sua manifestação sobre a ação, defende que a Medida Cautelar deferida pela Ministra Carmem Lucia, não seja referendada pelo Plenário do STF, diante da ausência do requisito de plausibilidade do direito invocado, notadamente em face do princípio da presunção de constitucionalidade dos atos normativos e do nítido caráter de direito material, e não processual da norma impugnada, a afastar a incidência do artigo 16 da Carta Constitucional.
Para o advogado do Senado Hugo Souto Kalil, a aplicação retroativa dos efeitos da Emenda 58, não tem o condão de alterar o processo eleitoral em sentido estrito,mas apenas de fazer incidir sobre o resultado final do processo (que em nada se modificou), uma nova realidade jurídica.
O site oficial do STF divulgou o julgamento da Emenda Constitucional nº 58 de 2009 para esta quarta-feira dia 11 de novembro. (Com informações do Blog do Fabio Persi)

A VEZ DOS POBRES

Saiu no Estadão:

Os pobres do Norte e Nordeste estão consumindo mais que os ricos do Sudeste. Nos últimos 12 meses até setembro deste ano, as classes D e E das regiões Norte e Nordeste do País gastaram R$ 8,8 bilhões com uma cesta de alimentos, produtos de higiene pessoal e limpeza. Essa cifra é 5% maior que a desembolsada pelas camadas A e B (R$ 8,4 bilhões) que vivem no Sudeste do País no mesmo período com esses itens, revela estudo exclusivo da LatinPanel, maior empresa de pesquisa domiciliar da América Latina.

Em outro texto complementar, o jornal cita o caso da empresa General Brands, que produz sucos em pó e pronto para beber. Há um mês a companhia, que detém a marca Camp, lançou um novo suco em pó, mais barato, batizado de Fructos Plus e voltado para a baixa renda do Norte e Nordeste.

No primeiro mês de vendas o novo suco já rendeu o equivalente a 7,2 milhões de litros de suco. A General Brands já estuda abrir uma nova fábrica no Nordeste.

A Perfetti Van Melle, que fabrica a bala Mentos, também lançou um produto para o mercado regional: quatro sabores de bala em embalagens menores, com redução de 27% no preço final do produto. No bimestre agosto-setembro, a Van Melle viu suas vendas crescerem 46% no Nordeste.

Já o Wal Mart, maior varejista do mundo, decidiu concentrar suas atividades neste ano no Nordeste. Das cerca de 100 lojas abertas em 2009, a maior parte está localizada nessa região.

“A base da pirâmide social vive hoje um momento especial”, afirma o vice-presidente executivo da rede no Brasil, Marcos Ambrosano. Segundo ele, o apetite de consumo das classes D e E não está restrito a alimentos. “Está crescendo expressivamente neste ano a venda de computadores nas lojas Todo Dia.” A bandeira Todo Dia são lojas de desconto voltadas para a baixa renda, informa o Estadão.


OPinião do Blog: Aqueles que querem o bolo somente para eles,não aceitam dividi-lo, estão enlouquecidos,onde já se viu pobre fazendo as três refeições e ainda se dando ao luxo de comprar computador.Tudo por que o tal de Lula este inventou de melhorar a distribuição de renda no país, implantar politicas sociais,promover a tal de inclusão social.Esta é a diferença do governo Lula sedimentada em numeros e não a daqueles que deixaram 54 milhões de brasileiros na linha da pobreza,entregaram o Brasil para o FMI,venderam setores estratégicos para a iniciativa privada e compraram votos no Congresso Nacional para reeleger FHC, hoje o mais enciumado deles, porque o metalurgico barbudo do ABC consegue um reconhecimento muito maior tanto no Brasil quanto no Exterior do que o sociologo entreguista.Esta gente quer voltar.Sabe para que? Exatamente porque não suportam pobres sendo incluidos e tendo vida digna. Para esta gente pobre é classe inferior e como tal tem de ser tratado.Cuidado ano que vem tem eleição e o Serra representa este projeto que prioriza apenas os ricos e os puxa-saco que de forma subserviente se submetem as suas vontades.Dilma é o terceiro mandato do presidente Lula para que pobres continuem tendo vez,diminuindo cada vez mais o desequilibrio social deste Brasil.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PROFESSORA EXPLICA A JORNALISTA A VERDADEIRA PROPOSTA DE YEDA

Ao ler a edição deste fim de semana do semanário aqui da nossa cidade - CORREIO DO PAMPA, fiquei surpresa ao me deparar com um escrito do jornalista Luis Eduardo Amaral sobre o projeto de reajuste proposto pela governadora Yeda Crusius ao magistério gaúcho.

Fiquei pasma com o desconhecimento de causa do jovem jornalista ao classificar o descontentamento da categoria com a “maravilhosa” proposta de aumento como simplesmente “problema pessoal” entre a Rejane (presidente do Cpers) e a governadora.

Nesta mesma nota, ele afirma que o reajuste proposto é o maior apresentado pelos governadores até agora, inclusive o Olívio Dutra. Mal sabe ele que o governador Olívio nos devolveu o nosso plano de carreira, que a exemplo da Yeda, o Britto havia posto fim.

Ele justifica dizendo que o Cpers aceitou os R$ 950,00 do Lula e não aceita os R$ 1.500,00 da Yeda, e eu pergunto: se ela queria oferecer um reajuste maior, por que entrou na justiça contra o piso nacional instituído pelo Governo Federal? Será também por “problema pessoal”?

Não sejamos tolos e ingênuos, o que a governadora não disse, quando anunciou a notícia, é que os tais R$ 1.500,00 serão estabelecidos como remuneração mínima e não como básico do plano de carreira e sobre os quais não incidirão vantagens. Os R$ 950,00 do Lula sim, são vencimentos básicos.

Sem falar que toda essa bondade da tucana, põe fim ao plano de carreira do magistério, onde modifica até a forma de ingresso, abolindo os concursos e mantendo contratos emergenciais, exclui os aposentados, deixando bem clara a intenção da proposta.

E ainda propõe uma fictícia remuneração por “meritocracia”, que também não está clara sobre os critérios e métodos usados para classificar os professores como merecedores de tais privilégios. Fala-se até que levarão em conta o índice de aprovação dos alunos, e aí é só aprovar todos, sem pensar nas conseqüências que isso trará para a educação do estado, transformando o RS num novo SP, onde os alunos não reprovam e onde existe o maior número de analfabetos funcionais do país.

O que o jornalista também desconhece é que existe uma total falta de estrutura nas nossas escolas, onde os professores pagam por fotocópias, levam folhas de casa, para oferecer um trabalho um pouco mais qualificado aos alunos.

O Cpers sempre lutou pela escola pública e de qualidade, combateu a falta de estrutura e sucateamento das escolas, e também por um salário digno aos professores e funcionários de escola (ativos e aposentados), bem demonstrados na árdua construção de um plano de carreira, que não queremos ver ir água abaixo pelas mãos de um governo, que até agora, errou muito mais que acertou, principalmente nas questões do magistério.

Por tudo isso, caro jornalista, é muito pequeno classificar apenas como ”problema pessoal” o descontentamento do Cpers com o governo da Yeda e do PSDB.

Vane Soares - Professora estadual