segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

OS ALIADOS JÁ HAVIAM DITO


A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), decidiu processar os responsáveis pela campanha “A face da destruição do RS”, uma iniciativa de sindicatos de funcionários estaduais para denunciar a política de sucateamento dos serviços públicos no Estado. A campanha, alega a governadora, arranha a sua imagem, associando-a com palavras como corrupção, autoritarismo e mentira. O Ministério Público estadual “recomendou” a retirada dos outdoors. Na verdade, o conteúdo da campanha dos sindicatos apenas repete o que já foi dito por vários aliados da governadora, desde a campanha eleitoral de 2006.É curioso, aliás, que as declarações mais contundentes contra Yeda Crusius tenham partido de aliados e colaboradores da governadora, associando-a com mentiras, calotes, traições, falta de respeito, arrogância, conivência com a corrupção e autoritarismo. Vale a pena relembrar alguns casos. Em nenhum deles, a governadora decidiu processar os responsáveis por “danos à imagem”.Chico Santa Rita, marqueteiro de Yeda, em 2006, após receber cheque sem fundos e se desligar da campanha:“Ela fala em planejamento, mas onde está o planejamento da própria campanha? Ela dizia que planejar é lançar uma luz sobre o futuro. A luz que ela lança sobre o futuro está com a lâmpada queimada”. A campanha é absurda, feita sem planejamento, sem respeito humano. Espero que o crescimento que essa campanha ia ter, porque era viável, seja abortado pelos gaúchos. O que seria desse Estado, que já tem problemas, se cair na mão desse pessoal.”Paulo Feijó, vice-governador, em entrevista ao jornal ABC Domingo (27/01/2007), acusa Yeda de mentir sobre o tema dos impostos:“Ela categoricamente disse várias vezes: ‘No meu governo não haverá aumento de imposto. No meu governo não haverá manutenção disso’”Ex-secretário estadual de Segurança Pública, Ênio Bacci, logo após ser demitido pela governadora, em abril de 2007:“Venceu a bandidagem.”Antônio Dorneu Maciel, em conversa telefônica com o ex-presidente do Detran, Flávio Vaz Netto, interceptada pela Operação Rodin que apurou a fraude no Detran:“Ela é sem-vergonha mesmo. Ela faz assim. Ela logra as pessoas. Ela joga uns contra os outros. Tá vendo. Tá vendo. Ela já ta criando inimizade com o Flávio e comigo.”Paulo Feijó, vice-governador, em entrevista ao Valor(14/07/2008):“É centralizadora e totalmente autoritária, não dá responsabilidade a absolutamente ninguém, Ela nos abandonou, nos traiu”.Mercedes Rodrigues, ao pedir demissão da Secretaria estadual da Transparência, criada após escândalos de corrupção (Outubro de 2008):"Não há interesse verdadeiro do governo em combater as irregularidades. Que desculpa iremos apresentar quando ocorrer de novo? Não poderemos mais dizer que não sabíamos. Se eu ficasse, estaria avalizando essa situação”.Paulo Feijó, em artigo no seu blog, em novembro de 2008“Nosso governo pensou em zerar seu déficit em dois anos e deixar para que os outros governos paguem os próximos 28 anos desta dívida. O nosso governo tergiversa, esconde-se ou sai pela tangente quando se fala que o empréstimo foi um mau negócio para os gaúchos. Afinal, é o povo que pagará mais essa conta, cobrada em prestações mensais desde já”.

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