quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

VENENOS E SUJEIRA

Estamos sendo envenenados todos os dias. Cresce a a quantidade de doenças como o terrível câncer, que mata pessoas em número cada vez maior. Além disso, sobre nossas cabeças cai chuva contaminada por substâncias tóxicas, que envenena nosso solo, o lençol freático, os rios, lagos causando uma cadeia infernal de morte e alterações genéticas. Na sofra de 2008/2009 a agricultura espalhou 700 milhões de litros de venenos, em 50 milhôes de hectares, ou seja, 14 litros de veneno por hectare. Estes dados terríveis foram dados pela REBI - Rede Brasileira de Informação Ambiental, dia 15 de fevereiro deste ano. Esses dados, colocam o Brasil como o maior consumidor de venenos do mundo. Os que praticam essa agricultura tem muito que explicar e, certamente, é por isso que a agricultura orgânica é a que pode alimentar o mundo e salvar a Terra da fome. Por outro lado, está derrubada a conversa de que os transgênicos diminuiriam o uso dos agrotóxicos (venenos).
Não é só esse tipo de envenenamento que temos. Tem o envenenamento daqueles que usando cargos públicos produzem, aplicam políticas de destruiçao. Administram para poucos, corrompem e enriquecm ilicitamente. Há os que de uma anoitecem na plebe e amanhecem no castelo. Pisoteiam na confiança do povo, na esperança, na solidariedade e afundam-se no mar do dinheiro fácil.

O mais insólito é ver que parte do povo, que Bertold Brecht chamou de analfabétos políticos, elege pessoas, que empossados tornam-se como se fossem enviados do inferno para produzir e ratificar o morticínio, a degradação. Tornam-se mandaletes da destruição. Estes, não só corrompem e são corrompidos, mas mentem, são hipócritas, se alinham a outros que transformam o conhecimento que receberam nas escolas, nas universidades, nos cursos que participam em armas de aniquilamento e de perpetuação da imundíce, do descalabro, do cinismo e da morte. Sujam tudo que tocam, não podem ver nascentes, córregos, cerros, vales e ar saudáveis, onde a vida existacom qualidade.

Na verdade, tais agentes políticos, parece que querem transformar o mundo em material putrefacto. Distribuem cargos e quando não tem criam, para manter outros presos na corrente da sujeira, para aumentar seu poder de morte. Assim, de quatro em quatro anos, vão distribuindo migalhas para gente empobrecida e, nessas horas mentem, vendem princípios, mistificam, se imaginam grandes, esbeltos na política e nos compromissos sociais, mas são pobres mandaletes-ventrílocos do capital, do poder econômico. Quando termina o tempo em que estiveram nos cargos, o que sobra é o solo destruído e biodiversidade empobrecida, desmantelada, além do aumento da diminuição das possíbilidades de vida dígna e esprançosa para as futuras gerações de seres vivos.





Juca Sampaio

Ambientalista

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