sexta-feira, 15 de maio de 2009

SE OS OUTROS NÃO FIZERAM,SERRA VAI MANDAR FAZER


Se outros não fizerem, Serra vai mandar fazer É hilária a entrevista do advogado Eduardo Alckmin ao jornal Zero Hora, de hoje. O sujeito, além de pândego, é um penalista metódico. Acha que invocar chicanas astutas é defender (ou atacar) o cliente que o constituiu, no caso a governadora Yeda Rorato Crusius.Aliás, não fica claro se o defensor (ou atacador) de Sua Excelência está constituído pela pessoa física ou se pelo governo do Estado. Qual é o centro de custo desta despesa com honorários profissionais? O Tesouro ou a bolsa pessoal da senhora Yeda Rorato Crusius?Vamos adiante. O senhor Alckmin, vê-se na entrevista, é um cartesiano que só observa o aspecto positivista do vasto imbróglio no qual está involucrada a sua cliente ilustre. Há os rolos jurídicos no complexo caso, mas nem tudo pode ser reduzido à questão jurídica em si. Existem quebras de regras de competência, foros inadequados, e até se discute se o STJ é ou não o endereço próprio para julgamentos futuros, mas estes são apenas cacos parcelares do problema yedista.A governadora não é vítima de uma conspiração judicial, mas sim de bandidos instalados no seio do seu próprio governo. E por estar contaminada por esses feitos criminosos, é que foi jogada aos tubarões por seus companheiros e dirigentes nacionais tucanos.O advogado diz que Yeda “não está sendo acusada de nada”. Muito bem. Mas então por que um advogado penalista para defendê-la? Por que não contrata um constitucionalista? Um especialista em direito imobiliário, a propósito do imóvel adquirido em condições obscuras?O fato é que a governadora está pendurada não é nas teias da justiça, mas nas teias da política e da corrida eleitoral de 2010, contra o qual um advogado penalista, por mais metódico que seja, pode nada ou muito pouco.A sorte de Yeda, para o tucanato serrista, está decidida, ela cai, porque interessa eleitoralmente que o RS não continue vulnerável como esteve nestes últimos 29 meses.A sorte de Yeda, para o presidente Lula, ao contrário, não está decidida. Por isso que a Polícia Federal mostra-se paralisada face aos fatos dos últimos meses no Estado. Lula, bom calculista eleitoral, quer aproveitar o enfraquecimento tucano no Sul para vitaminar a sua candidata, a ministra Rousseff. Mas para isso precisa resolver o problema sucessório no Estado, nem que tenha que dobrar a espinha do PT/RS a fim de que este aceite uma composição com o PMDB. Empreitada de difícil execução, tanto do lado petista, quanto peemedebista. Caso a PF aperte o cerco sobre Yeda, ela certamente cai. Mas quem ocupa a vacância de poder? Feijó? Olívio? O presidente da Assembéia, um petista? Ora, um concerto político mais difícil que o jogo sucessório de 2010.Nesse compasso todo, Yeda sobrevive da forma como pode, trazendo chicaneiros, empurrando com a barriga, e como anotou o profeta bíblico Mateus, coando mosquitos e engolindo camelos.Mas Serra quer derrubá-la, já. E a Veja é o seu instrumento privilegiado. Que tal publicar a gravação do “eu não me levanto dessa cadeira por menos de cem mil”? ( Texto do sociologo Cristovão Feil,Blog Diário gauche)

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