quarta-feira, 7 de outubro de 2009

FAMILIARES DE MULHERES VITIMAS DA VIOLÊNCIA DEBATERÃO IMPUNIDADE

Por Jango Medeiros

- Uma sucessão de crimes bárbaros cometidos contra mulheres na fronteira de Livramento e Rivera nos últimos 15 anos não foram apagados da memória dos familiares das vítimas. Em 2007, o poder público municipal também fez menção de lembrar uma dessas mulheres, quando inaugurou no prédio que pertencia ao antigo presídio municipal o Centro de Referência da Mulher, dando nome ao órgão de Professora Deise, em alusão à Deise Charopen Belmonte, uma pedagoga de 23 anos que foi raptada, assassinada e esquartejada pelo namorado. O crime aconteceu em 1998 e teve repercussão nacional. O autor do homicídio, o açougueiro Edson Reina, de 33 anos, foi à júri popular e absolvido pelo conselho de sentença porque o inquérito policial, na época, não reuniu provas suficientes para incriminá-lo. Levado a um segundo julgamento a pedido do Tribunal de Justiça do Estado, o criminoso que era mais conhecido como Xirica fugiu e foi morar no Chile. Para denunciar a indiferença das autoridades e exigir a aplicação de leis mais severas para punir os culpados além do espaço de fronteira, representações da Marcha Mundial das Mulheres, Movimento Contra a Violência e a Impunidade de Livramento e o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, estarão reunidos nesta quinta-feira (08/10/2009), no plenário da Câmara de Vereadores para debater a impunidade que cerca dezenas de assassinatos de mulheres ocorridos em Livramento. Está confirmada a presença no encontro do secretário adjunto de Segurança Pública, Rubens Edison Pinto. Entre os crimes cheios de mistérios e que provocaram grande perplexidade na fronteira está o da estudante Ellen Vanessa Oliveira dos Santos, 20 anos e do radialista Luciano Jorge, de 28. Após assaltados, os dois foram jogados numa pedreira de 35 metros de profundidade, no Cerro do Caqueiro, sobre a divisa de Livramento e Rivera. A mãe da jovem que coordena o Movimento Contra a Violência e a Impunidade, Cledi Munhoz diz que vai buscar explicações sobre as circunstâncias que envolveram o caso, pois as investigações policiais ainda não lhe convenceram. Três assaltantes e uma mulher, apontados como os principais suspeitos do duplo homicídio moram em Rivera e são considerados foragidos no lado brasileiro, desde 2006, quando aconteceu o crime. Outro caso que abalou a população santanense foi um triplo assassinato ocorrido em 2007, quando mãe, filha e neta foram mortas a golpes de martelo, no interior de suas casas, na Vila Safira. Os corpos estavam em estado de decomposição e não foi realizada perícia no local. O martelo, apontado como a principal arma do crime foi encontrada por um familiar das vítimas. Em maio deste ano, um suspeito chegou a ser preso em Canelones, próximo à Montevidéu, mas por envolvimento noutro homicídio. Outro crime que ainda hoje intriga os santanenses foi o da dona-de-casa Elisabeth Ribeiro dos Santos, 33 anos, ocorrido em setembro de 2003. O matador cortou a mulher em pedaços e jogou partes do corpo em diversos pontos da cidade. A cabeça foi achada dentro de um saco de supermercado no interior de um córrego, próximo à Praça Artigas e a mão da dona-de-casa foi deixada num orelhão no Parque de Exposições Augusto Pereira de Carvalho. Um suspeito que teria sido visto com a vítima antes do crime, chegou a ser identificado em Dom Pedrito, mas a polícia não conseguiu reunir provas suficientes para pedir sua prisão. ............................NOTA DO REDATOR:Obs.: O feminicídio - o assassinato por motivo de gênero - embora sem dados oficiais é notório na sociedade santanense. Embora sem dados oficiais, os crimes, deste tipo de violência, indicam que os assassinos utilizam armas brancas e outros tipos agressões físicas às vítimas, como socos e pontapés. São crimes que demonstram uma grande carga de ódio contra as mulheres: umas esquartejadas, outras mortas a facadas e até mesmo aquelas que depois de estupradas são estranguladas. LIVRAMENTO NÃO PODE ESQUECER A HISTÓRIA. NEM DEIXAR QUE AS AUTORIDADES DA SEGURANÇA, DO JUDICIÁRIO ESTADUAL E DO PARLAMENTO BRASILEIRO FIQUEM INDIFERENTES A ESSES EPISÓDIOS TRÁGICOS, SÓ COMPARÁVEIS ÀS BARBÁRIES PRATICADAS NA ERA MEDIEVAL.ESTAMOS EM 2009, SERÁ QUE REGREDIMOS COMO SOCIEDADE ? ...

3 comentários:

ducana disse...

Que bom tê-lo de volta ao blog do dag, amigo Jango. A seriedade com que colocas os fatos nos leva a refletir e daí participar de uma forma ou de outra, não podemos ficar indiferentes... Continue, companheiro, junto ao Dag, para que as consciências não adormeçam...
Com um abraço duCANA.

Paula disse...

Coisa boa, depois de 5 anos ainda poder ler alguma coisa sobre meu irmão Luciano Jorge, e de Ellen Vanessa, a menina que estava com ele. Ainda não foi solucionado este crime, mas nós familiares estamos ainda esperando para que a justiça seja feita. Ainda traz muita dor, saudade, e o silêncio em nossas almas, pela falta do meu irmão, todos ficamos muito sensibilizados pela familia da menina tambm, pois eram apenas jovens. Obrigada caro amigo, por comentar em seu blog.

Paula disse...

Coisa boa, depois de 5 anos ainda poder ler alguma coisa sobre meu irmão Luciano Jorge, e de Ellen Vanessa, a menina que estava com ele. Ainda não foi solucionado este crime, mas nós familiares estamos ainda esperando para que a justiça seja feita. Ainda traz muita dor, saudade, e o silêncio em nossas almas, pela falta do meu irmão, todos ficamos muito sensibilizados pela familia da menina tambm, pois eram apenas jovens. Obrigada caro amigo, por comentar em seu blog.