segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PROFESSORA EXPLICA A JORNALISTA A VERDADEIRA PROPOSTA DE YEDA

Ao ler a edição deste fim de semana do semanário aqui da nossa cidade - CORREIO DO PAMPA, fiquei surpresa ao me deparar com um escrito do jornalista Luis Eduardo Amaral sobre o projeto de reajuste proposto pela governadora Yeda Crusius ao magistério gaúcho.

Fiquei pasma com o desconhecimento de causa do jovem jornalista ao classificar o descontentamento da categoria com a “maravilhosa” proposta de aumento como simplesmente “problema pessoal” entre a Rejane (presidente do Cpers) e a governadora.

Nesta mesma nota, ele afirma que o reajuste proposto é o maior apresentado pelos governadores até agora, inclusive o Olívio Dutra. Mal sabe ele que o governador Olívio nos devolveu o nosso plano de carreira, que a exemplo da Yeda, o Britto havia posto fim.

Ele justifica dizendo que o Cpers aceitou os R$ 950,00 do Lula e não aceita os R$ 1.500,00 da Yeda, e eu pergunto: se ela queria oferecer um reajuste maior, por que entrou na justiça contra o piso nacional instituído pelo Governo Federal? Será também por “problema pessoal”?

Não sejamos tolos e ingênuos, o que a governadora não disse, quando anunciou a notícia, é que os tais R$ 1.500,00 serão estabelecidos como remuneração mínima e não como básico do plano de carreira e sobre os quais não incidirão vantagens. Os R$ 950,00 do Lula sim, são vencimentos básicos.

Sem falar que toda essa bondade da tucana, põe fim ao plano de carreira do magistério, onde modifica até a forma de ingresso, abolindo os concursos e mantendo contratos emergenciais, exclui os aposentados, deixando bem clara a intenção da proposta.

E ainda propõe uma fictícia remuneração por “meritocracia”, que também não está clara sobre os critérios e métodos usados para classificar os professores como merecedores de tais privilégios. Fala-se até que levarão em conta o índice de aprovação dos alunos, e aí é só aprovar todos, sem pensar nas conseqüências que isso trará para a educação do estado, transformando o RS num novo SP, onde os alunos não reprovam e onde existe o maior número de analfabetos funcionais do país.

O que o jornalista também desconhece é que existe uma total falta de estrutura nas nossas escolas, onde os professores pagam por fotocópias, levam folhas de casa, para oferecer um trabalho um pouco mais qualificado aos alunos.

O Cpers sempre lutou pela escola pública e de qualidade, combateu a falta de estrutura e sucateamento das escolas, e também por um salário digno aos professores e funcionários de escola (ativos e aposentados), bem demonstrados na árdua construção de um plano de carreira, que não queremos ver ir água abaixo pelas mãos de um governo, que até agora, errou muito mais que acertou, principalmente nas questões do magistério.

Por tudo isso, caro jornalista, é muito pequeno classificar apenas como ”problema pessoal” o descontentamento do Cpers com o governo da Yeda e do PSDB.

Vane Soares - Professora estadual

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